As
más línguas da cidade falam que Elza se achava de namoro com o dono da farmácia.
A moça, então, esquia e faceira no esplendor da idade, ia ganhando novas medidas
no passar dos meses. Já prevendo um rebuliço do cão, o moço - matreiro que nem
cobra - tratou logo de arrumar remédio milagrento pra fazer abaixar ventre crescido.
Dias após ingerir o elixir amargo, Elza foi minguando, minguando até que, exaurida
de forças e de animo, fechou os olhos esbranquiçados sem esboçar a menor
intenção de abri-los de novo. Algumas pessoas que estiveram onde se pranteia de
preto e se fala na ponta dos gestos, dizem que ele não derramou nenhuma lágrima
quando a moça partiu toda enfeitada de flores.
Fabiano Silmes