30 abril, 2010

Vilipêndio a Vinícius

As bichas que me perdoem, mas buceta...
Buceta é fundamental.
É necessário que haja um púbis ligeiramente inchado,
Como um inchaço depois da pancada recebida, mas sem exageros,
Apenas para dar uma visão celestial
Aos que o contemplarem sob uma perspectiva horizontal
Partindo dos joelhos.
Pelo sim, pelo não... Pelos, muitos pelos
Escuros e grossos no monte de Vênus, e finos na entrada,
Para receberem a carne dura com carícias
Que deixem marcas sutis avermelhadas no pós-coito.
Um leve cheiro de sabonete para disfarçar odores diários,
E preparar para a chegada do odor do convite, da entrega.
Lábios... É importante que os lábios não sejam grandes – mesmos os grandes
E que os pequenos se assemelhem a pétalas de rosa
Guardando inclusive a sua delicadeza e sua cor,
Sempre brilhantes e cobertos por uma tênue camada de baba.
O pequeno clitóris escondido, agilmente embutido,
Como um sino de igreja do interior, escondido entre as cornijas,
Porém pronto a badalar quando manipulado por mãos experientes.
O interior aquecido como um apartamento inglês,
E que fibrile intensamente na hora do gozo,
Anunciando o fim de uma jornada e o início de outra.
Mas que, principalmente, em volta dessa buceta,
Haja uma mulher disposta a se entregar em sacríficio
E manejar o punhal ao mesmo tempo.
Que saiba calar quando o silêncio é imperioso,
E gritar em profusão quando a ocasião permitir.
E que me ame perdidamente como Desdêmona e Inês,
E que seja ligeiramente louca como Ophelia.
Não que eu seja muito exigente, sou apenas um esteta apaixonado
Pela forma feminina e seus desvãos – principalmente os vãos úmidos.
Bebo o mel que escorre da fenda como um sommelier.
E que os viados me perdoem, mas buceta...
Buceta é fundamental.

29 abril, 2010

O entre-lugar


Entre o antes e o agora,

Entre o aqui e o ali,

Nós caminhamos

- equilistras da realidade -

sonhando,

sobre a tênue linha da existência.

Entre o sol e a lua,

a lembrança.

Entre o dia e a noite,

as horas.

Entre a vida e a morte,

o Nada.

Entre o Amor e a Saudade,

o Tempo.

Entre a palavra e a dor,

o medo.

26 abril, 2010

A Valsa dos Tolos


Leonard Cohen ora torpe em meus ouvidos...
Tateio no escuro em busca de uma saída
de mim mesmo.
Destino vulgar banaliza a gauche vida.
O chão falta aos pés, sártiro, corpo flutua.
Medo da ausência... Medo de minha
própria presença.
O vinho já corrói o estômago
e os sonhos não concretizados
corróem ácidos os pensamentos.
Os passos, passo a passo,
param estáticos.
E na vertigem do fim de noite
encerro embriagado a valsa dos tolos.
São Gonçalo, 16 de março de 2009.
Foto: Romulo Narducci no extinto Madame Blues (por Rodrigo Santos).

25 abril, 2010

Fantástica - Revista digital. Lançamento: Maio de 2010...aguardem!

A FANTÁSTICA é talvez a primeira revista digital voltada EXCLUSIVAMENTE para a literatura fantástica nacional.

A grande motivação da FANTÁSTICA é criar um meio forte que consiga unir todos os públicos deste gênero, que ainda nos parecem um pouco dispersos.

A FANTÁSTICA é feita por autores e idealizada para todos os apreciadores deste gênero, tão adorado por tantos. Todos os envolvidos de alguma forma na ficção nacional, sejam leitores ou autores, terão seu espaço dentro da revista, que é GRATUITA, e está aí justamente para dar o suporte a todos que estiverem na batalha e acreditam em seu talento.

Nossos Contatos:

Comunidade: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=101014100

Site: http://revistafantastica.webs.com/

Skoob: http://www.skoob.com.br/perfil/revistafantastica

Twitter: http://twitter.com/_fantastica

Contato: revistafantastica@hotmail.com

Sejam todos bem-vindos, autores, leitores e todos os envolvidos com a literatura
de ficção nacional! Aproveitem a revista e não deixem de divulgá-la. Esse projeto é para vocês!

24 abril, 2010

Metempsycose

Metempsycose


I

Vejo o mundo e o ponho em minha cela



Vim a este mundo com um propósito, esquecido

Do ser que outrora fui. Mas este outro eu veio comigo

E diz-me, invisível, o que fazer ao meu ouvido,

Enquanto vago obtuso no mundo ao redor do umbigo.



Quem sou se fui um outro que não sei? Estou perdido

Em meio às palavras do mundo vasto e conhecido ¾

Que verbo deu sentido ao que atesto realidade? ¾

E a busca de um sentido faz do mundo fatalidade.



O que percebo faz sentido e dou a tudo

Os grilhões que me atrelam a esse mundo

Ao invés de dar, às cousas, liberdade.



Na minha eterna busca por verdade

Há, com certeza, um propósito mais fundo

Onde até o ser que fui queda-se mudo



II

Há muitos caminhos na estrada e os percebo



E, como se fôra um viajante em caminhada,

Que há muito tempo trilha o seu caminho,

Eu questiono a existência anterior à estrada

Memória e consciência deixam-me sozinho



Quem sou? Pra onde vou? É esse o meu destino?

Nasci num mundo pronto. Sou homem. Fui menino.

Tenho nome, sinto fome. Penso, logo desisto.

Lanço meu olhar sobre tudo o que já foi visto



E me sinto forçado a andar pela vida.

Que longa estrada é essa a qual encaro

Sem origem ou destino, sem saída ou entrada?



“Não à razão na caminhada”, eu me preparo

Para trilhar na direção desconhecida

Onde memória e consciência valem nada.

Seleção para a Coleção EXTRANEUS


Volume 3 - Em Nome de Deus - O Volume 3 tem o título de Em Nome de Deus, e sua proposta é publicar contos que retratam as atrocidades, injustiças e devaneios dos homens em nome de Deus ou de religiões e doutrinas. Até que ponto o ser humano é capaz de usar o nome de Deus para cometer crimes, escravizar povos e criar guerras? Será que isso acontece apenas aqui na Terra?

Os autores podem se utilizar de quaisquer subgêneros da literatura fantástica para criar seus textos... E rezem para que não sejam excomungados... Ou que sejam.
Organização e arte da capa: M. D. Amado

Ainda estamos aguardando a confirmação de alguns autores para o volume 3, mas já temos a presença garantida de:

ADEMIR PASCALE

ERIC NOVELLO

MÔNICA SICCURO

NANA B. POETISA

NATACIA ARAÚJO

NINE

SUMAYA SARRAN

Lembrando que os autores convidados e selecionados não terão que pagar pela publicação, que será no sistema de demanda da editora, e terão direito a descontos especiais para os exemplares que desejarem adquirir, não sendo obrigatória sua aquisição, nem mesmo por consignação.

Haverá pagamento de direitos autorais (10% sobre as vendas, rateado entre todos os autores).
Direitos autorais serão pagos em espécie e portanto não haverá a distribuição de exemplares aos participantes, que contarão apenas com o desconto para sua aquisição.

Autores não convidados, que queiram participar da seleção DO VOLUME 3, devem enviar seu conto para o email extraneus@estronho.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots.

A partir do dia 01 de SETEMBRO de 2010, até 31 de OUTUBRO de 2010. Os resultados serão publicados no dia 15 de NOVEMBRO de 2010.

* Cada autor poderá enviar apenas 1 (UM) conto por volume.

O email deve ser enviado da seguinte forma:
No assunto, colocar "SELEÇÃO VOLUME 3 [AUTOR] [ TITULO]"
No corpo do email, enviar os dados (nome completo, pseudônimo a ser publicado, cidade e estado), além de uma minibiografia.
O conto deve ser enviado EM ANEXO, em ARIAL 12, podendo ter até 10 mil caracteres, contando com espaços.
No caso de ser selecionado, posteriormente o autor receberá um email solicitando os dados completos para edição do contrato.

23 abril, 2010

Vamos fazer amor outra vez

Tec, tec, tec, tec.
A chuva voyeurando minha alcova.
Admirando as formas da dama nua,
Que, voluptuosa, dorme em minha cama.
Nenhuma luz, a não ser a brasa
Que alimenta meu cigarro,
E um ocasional relâmpago,
Que flasheia na janela.
Ela se mexe, revirando o lençol,
Deixando escapar um suspiro.
Sonha talvez.
Eu aspiro a fumaça, sorrindo.
Sua penugem, descoberta,
Emoldura o sexo molhado, quente,
De onde escorre ainda minha semente e saliva.
Apago o cigarro no peitoral da janela,
E sinto o cheiro de sua pele queimando.
Volto à lasciva arena,
Onde sou o leão, Daniel e César.
O aroma de nossos fluidos corporais
Tem o gosto de paixão.
Tenho vontade de feri-la.
Fazer minha mão estalar em seu rosto,
Lamber o sangue de seus lábios bipartidos.
Beijo-a. Como-a com o nariz.
Amo seu corpo largado à cama,
Largado à fúria.
E deixo a jaula fechada,
Com o tigre lá dentro.
Acorde, meu anjo.
Vamos fazer amor outra vez.

Alma on the Road



Pelo "De",A,b,c.e,f,g,H.L....

Pelo direito de buscar inspiração
De estar imerso
De revidar a rima
De desamarrar o verbo
Desarmar a circunstancia vulgar
De estranhar-se
De embrenhar-se fora do marasmo

Pela Graça de estar só quando o ser estranho se basta
De esmurrar paredes
esquecer ou reinventar espelhos

Pelo Brinde a poesia
De revidar a mediocridade
E ferir-se na sabedoria

De invocar os mestres
E reunir-se ao contemporâneo
Por escrever com tintas novas
E embriagar-se repetidamente das palavras pra saudar com pele velha um traçado inesperado

De andar descalço pelos escombros
Admitir a tristeza
Estar do Avesso
Argumentar ao contrário mesmo que nem tão inusitado


Pelo direito de identificar-se
Apesar da indiferença
E sentir-se pleno pela subcriação!

Compor é buscar
Enquanto giramos sobre antigas ou futuras tramas
versificamos manias
e sorrimos para o Tigre enjaulado
como disse um certo amigo!


Hannar Lorien/Melian Cordéus

Verão 2009.

Pro Tio Rodrigo Santos,por conta das dicas e incentivo.
obrigado evoé!

trilha:http://www.youtube.com/watch?v=OaamZLKRul0
Girl On The Bridge Knife throwing scene

Álvares de Azevedo



Ah poeta que invejava as flores murchas
Que sonhava ser o amante de tão bela jovem
Tão frágil, tão dócil
Tão contraditório em si mesmo
Ora ingênuo e casto
Ora irônico e macabro
Que predizia, se morresse amanhã
E tão jovem anjo triste partiu
A mim sim emudeceu
Em tua lápide tuas palavras
Foi poeta, sonhou e amou na vida
E do teu adeus, minha saudade
E tua lembrança que não fenece, Álvares,

Crucificado


Já tenho o corpo, a alma e o espírito marcados.
Meu peito ao menos jaz a certeza de algo
que me traz o alívio de noites e dias escarnados.
Estou na Avenida Rio Branco aos uivos e lágrimas
por estenderem meu corpo nu, num crucifixo deitado.

Policiais homossexuais e juizes ditadores
agarram-me com unhas que quimeras e leões
e chupam de minhas chagas todas as malditas dores.
Me coroam como um índio-branco sem sermões
me recordando de que na vida não tive muitos amores.

Os pregos. Ah, os pregos...
Pregos... Três ao menos?
Enferrujados... Como pode?
Olhem a bandeira brasileira!
Ele aguenta? Será? Como?
Os pregos!!! Ah...

... Invadiram minha carne ressecada
onde outro escravo da teia do sistema
deferiu sem piedade as marteladas.
Chorei com um olho só.
Chorei pelos pombos-sem-pena
que vagaram trôpegos a observar meu julgo.

Então, ergueram minha cruz na Praça Cinelândia
com uma singela placa: "Aqui jaz um coitado!"
Aplaudiram um novo programa amental televisivo,
enquanto eu morria onde não era a Disneylândia.
Num poste da "Light" crucificado
com um tênis sem marca corrosivo!


Rio de Janeiro, 15 de abril de 2002.

22 abril, 2010

EXPULSOS


Consumidos pela indiferença
Em brasas o mundo visível conspira
E nos mantém na fossa escura
Sem cores e sem esperança
Fomos expulsos do paraíso
E não podemos mais voltar


O que fizemos de errado, meu anjo?
Se combatemos com nossas forças
E agora nos restam asas feridas
E a luz se afasta de nossos olhos
O chão frio e úmido é nosso destino
Sem que tenhamos redenção?


Não estamos mortos, mas não vivemos
Perdemos nossa alma por uma luta inglória
Abaixamos nossas armas e não nos deram trégua
Não obtivemos perdão por nossas faltas
Queríamos apenas sobreviver, não cair
Mas pelos pecados dos homens, atingimos o chão

21 abril, 2010

Sujeito poeta




Agradecendo o convite para participar no blog! :)

Paro, reflito e percebo que há momentos na vida bem difíceis de serem descritos. Se lágrimas, angústias, tristezas, gritos, dores e memórias se transformassem em poesia toda vez que aparecessem, seria tudo tão mais fácil.
            E nós – só nós – temos o dom de arregaçar as mangas, pegar o lápis, pensar nas palavras certas e escrever, utilizando todo um misto de capacidade e sentimental para transcrever, da forma mais bela possível a essência invisível da alma carregada de quaisquer que sejam os sentimentos. Sem isso o mundo seria tão chato!
            Mas o melhor de tudo é poder olhar para o resultado, largar o lápis ao lado, bater no peito e dizer: “fui eu que fiz”. Essa sim é a melhor sensação. Sensação essa que sufoca e destrói qualquer outra que poderia ter pensado em abater-nos, mas jamais conseguirá por completo. Portanto, nada é mais importante nesse momento que isso. Afinal, poeta não sofre, poeta cria!
Lisa Stér Cöy

O real em que vivo


Hoje o frio me impeliu
a sonhar.
Escrever o sonho distante
do real em que vivo.
Já não existe lírica
no que antes era sonoro.
Sou a forma rítmica
do que não sou.
O meu positivo
desafia as leis da poesia.
Conheço muito poeta triste
que chora a sua canção.
Eu não.
“A hora mais bela, vem da hora mais triste”
E transformar o feio em belo
é o que faço.
Meu destino era ser “gauche”
como o meu Drummond.
Ou ser contraditório
como o Gregório.
Vou ser modernista,
bairrista? Muito menos do que isso...
Sou simplório
e sofro a influência de quem gosto.
Não por segui-los,
mas acordar no que sinto.
Sentir o laço do abraço
bem apertado da vida.
Sinto cada segundo em minha veia
e esqueço, por um momento,
que não passo de um jovem poeta.
Deixo a minha poesia surgir
com a consciência no futuro.
É o agir insólito
que desafia o soturno.
Reviro o verso
para o anverso desse revirado cotidiano.
Chamam-me de louco sem saber sobre mim,
enquanto espero honesto melhorar o nosso fim.
*poesia do Livro "Interdito", de Rômulo Souza

CAMPANHA LITERATURA FANTÁSTICA NACIONAL

*Torne-se parceiro, divulgue o banner em seus sites, blogs e afins.
Informações no MUNDO DE FANTAS no mundo dos livros:



Idealização: Celly Borges e Tânia Souza - Apoio de Nelson Magrini e Nana B. Poetisa.

Amor...perdido, nas águas do Rio Eterno! - Nana B. Poetisa



Sob a luz da lua cheia, que nascia por detrás das pirâmides, nós admirávamos toda a magnitude da terra do Egito, estupefatos. E a lua ia evoluindo, mais e mais, subindo majestosa até alcançar seu lugar nos céus. Menina "lua" a brincar, nos brindando, em nossa jornada, com uma noite abençoada por seu brilho prateado, com a brisa suave do rio sagrado, que guiava nossa embarcação silenciosa pelas águas eternas.

O barco seguia devagar, deslizando suave e mostrando as belezas da planície de Gizé. Sentados abraçados, com olhares apaixonados, nós admirávamos embevecidos toda aquela magnífica beleza ancestral, que parecia existir, exatamente naquele momento, apenas para nós.


Egito Eterno, terra do Nilo sagrado. Profuso de memórias e História.

Terra de lendas e mistérios, que sempre seduziu o mundo e tantas vezes atiçou minha curiosidade. Como não se deixar apaixonar por essas águas cálidas e silenciosas, por esta terra que recende a ancestralidade de cada um de nós, de forma tão magnética e inexplicável?

Mas o que digo?
Divago e me perco de minha narrativa, me desviando por instantes, influenciada pela atmosfera que aquelas águas incutiam em minha alma.

Despertei de meu transe, com seu abraço querido a me envolver. Senti arrepios a percorrerem meu pescoço, com o beijo que você me roubou, sorrindo como um menino levado. Me voltei em sua direção, olhando no fundo de seus olhos, admirando-o e acariciando seus cabelos, negros como a noite que acabara de chegar. Passamos ao longo das pirâmides e as margens ficaram escuras, permitindo que apenas a luz da lua fosse capaz de nos alcançar, sem reprovar ou questionar nossa impetuosidade, ao navegar naquela linda noite.

Abraços e beijos... trocando carinhos, nossos corpos arfavam na ânsia do desejo incontido. Beijos intensos e olhares famintos, carícias urgentes reclamavam a sede que dominava nossa vontade.

Silenciosa e delicadamente, deitamos na manta de linho estendida em nosso barco, sem que nossos lábios se separassem. Não, os beijos que trocávamos eram voluptuosos demais, para que nos separássemos naquele momento. E eles ficaram ainda mais intensos, tanto que perdi o rumo, entregando-me lânguida em seus braços.

Lembro-me apenas que, quando chegamos a Luxor, eu estava toda despenteada, com minha túnica branca deixando escapar um pedaço precioso de mim, que você teve a delicadeza de ocultar dos olhos alheios com discrição, mas sem disfarçar o desejo que gritava dentro de si.

Nossos olhares e o calor de nossos beijos, a força de nosso amor e a luz do seu sorriso foram os detalhes que ficaram na minha cabeça, quando despertei. Admirava embevecida, de minha sacada, os monumentos de Gizé, que brilhavam a minha frente na varanda do Ramses Hilton. Apenas uma coisa estava fora do lugar.

Não havia sido sonho, pois sua presença ainda estava vívida em minha pessoa, coadjuvada pela luz da lua cheia, que exercia imensa influência sobre mim, e pela brisa suave do Nilo. A lembrança do seu abraço, do seu cheiro me invadindo, tomando conta de mim, da sua boca colada à minha, me fez sorrir e agradecer com lágrimas nos olhos a felicidade que há dez anos atrás, aquela viagem me proporcionara.


Antes que você fosse levado de mim... para sempre.

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Campanha - S.O.S - Pela "Lit Fan" Nacional, na Biblioteca da Penha.

S.O.S - Pela "Lit Fan" Nacional, na Biblioteca Pública da Penha.

Oi, galera. Preciso da ajuda de vocês.
E, como sei que meus amigos são fantásticos, além de bárbaros escritores nacionais, tenho amigos que são leitores, mas não menos especiais e fantásticos.

Decidi então, pedir um help aos meus queridos amigos!

A biblioteca de onde moro, em Olaria aqui no Rio não tem nenhum exemplar de livros, de nenhum autor Fantástico Nacional contemporâneo, nem mesmo um simples exemplar...vcs acreditam?

Amigos queridos.
Se puderem doar pelo menos um exemplar de cada um de vocês.
Obras, que a garotada (que tem grana pra comprar) tanto curte, seria ótimo pessoal.

Precisamos dar a chance aos leitores jovens, das classes menos favorecidas, a chance de ter acesso a nossas obras. Mostrar nosso trabalho, para que eles conheçam os autores fantásticos nacionais de tanto talento, que nosso Brasil tem.

Acho que é uma maneira excelente, de divulgar mais ainda, nosso Universo fantástico!
Deixo aqui esse apelo, contando que vcs possam fazer algo, para ajudar.

Acredito que qualquer doação, será recebida com extremo carinho...por todos da comunidade onde vivo e claro, para auxiliar na educação e conhecimento, da garotada que frequenta a biblioteca!

Aos autores que puderem fazer uma doação. Mesmo que de um exemplar de suas obras. Antologia, romance, poesia, contos, etc.

Ficarei imensamente grata e sei, que a comunidade também.


Enviem sua respostas, através do email: nanab.poetisa@gmail.com

Agradeço imensamente pela atenção.
Abraços afetuosos, Naninha.

Chulé Molhado (ou Maruí 24/7)

Meus mortos jazem felizes em terra santa
E quando o extremo estio castiga a velha campa
Tomam de assalto as ruas da cidade dourada
Com seu cheiro acridoce de chulé molhado
E a lembrança da obliteração que a todos aguarda.

Tenho covas abertas em minha alma de poeta
Onde repousam esperanças e defuntos amigos.
Mais arroxeados hematomas que grossas cicatrizes,
Doem sempre que o tempo vira ou muda,
E cheiram como rosas pisadas na alameda estéril.

Não posso me omitir em carregar seus corpos,
Pois eles são o adubo de minha literatura rasa,
E alicerces de uma vida assobradada, de fundos
Para a rua da eterna amargura, esquina
Com os multibecos da utópica felicidade.

E como as frondosas árvores do cemitério municipal
Fazem sombra para os chorosos visitantes ainda vivos
E para os sorridentes mortos embalados em cedro e MDF,
Congestionam o meu peito como o velho catarro
De uma infância de bronquites, rinites e insônias.

O choro, antes bálsamo vaporúbico e silencioso,
Dá lugar à poesia, esfregada em círculos sobre o coração,
Desatando antigos nós e queimando pontas soltas,
Fumaça de incenso de aras que sobe das sepulturas
Dos mortos que trago e solto pelo nariz, dentro de mim.

Que o populacho olvide os seus cadáveres, vá lá,
Eu os carrego como cruzes de ouro e marfim.
E quando tento também poupar-me do peso,
O calor aumenta sobre a terra úmida e salgada,
Levantando no ar o cheiro de chulé molhado.

Na velha campa onde jazem, felizes, os meus mortos,
Há ainda uma vaga não preenchida em cripta iluminada,
Forrada de tule, espuma branca e rendas baratas,
Onde um dia repousarei minha carne impura
E serei o morto feliz de alguém, cheirando pela cidade dourada.

20 abril, 2010

Anjo Negro

.

Me escondo nas sombras

Por tantas coisas que fiz

O sol há muitos anos me cegou

Olhar para o céu foi a minha condenação


Não espero pela luz ao amanhecer

Mas não voltarei atrás

Nem rezarei por misericórdia

Minha alma há muito já foi perdida


Trago todas as dores comigo

Dentro deste peito inerte

Desde o dia de minha queda

Minhas asas quebradas ainda sangram

Sangue e Êxtase

.

Pálidos sob a chama da vela,
reflete-se nas paredes sombras e medos.
O intruso invade o jardim das delícias
e explora seu interior até a alma.
Na cama-arena os corpos trêmulos
se devoram com desejos intensos
e vorazes sob a súplica de beijos.
O orgasmo é uma reciprocidade animalesca!
Unhas e dentes cravam nas carnes
e saboreiam o salgado e o amargo
na virtude inebriada do prazer.
Se contorcem, com espasmos instintivos
no âmago da devoção.
Feridos, suados, satisfeitos como bárbaros
que venceram uma batalha,
deixam a arena com o anseio
de um novo conflito.

- Do livro Orações Licenciosas (Ou Cancioneiro Erótico), de Romulo Narducci.

São Gonçalo, 02 de setembro de 2005.

Carrasco e brisa














ou

Juízos no hangar do ontem

Carrasco
nas ciladas de si
Oculto no hangar do ontem
Oculto em 3 x 4
Minúsculo e ambíguo pra acolher consciência e juízos
Somado aos cães
Ausência de afago a lamber cínicas patas á sós
Entre prazeres fugazes
e
Olhares de gatos
o carrasco recolhe
Reflexo arredio na pisadura dos versos

No canto do hangar
uma antiga foto
Despertando anseios
a tinta fresca de sangue e cárcere memória
a Escorrer pelo assoalho gasto

Então
intrometida não se sabe de onde
A Brisa se insinua
perfumada em tontura
perfumada em erva-queimada

Contrasta ao carrasco seu semblante estático
Soma dos ecos
Casa de si abandonada

Carrasco e Brisa
dançam ao redor da sombra de suas sombras
Sem toques , beijo ou promessas convencionais
ambos são Exílio e torpor
á esperar sentenças no hangar do ontem.

- Por Exúvia Hannar (Poemista).

junho/2004

http://www.youtube.com/watch?v=Ez4xtM7uxG4&feature=related

Grizzly Bear - Slow Life

Guerra e Morte

Ele:
Correu pelas trincheiras
Furioso e indomável,
Unindo amigos e inimigos
No campo de batalha.
Sorria em tons tão rubros
Quanto sua armadura
Atingindo as massas
Com suas armas e ódio.

Ela:
Caminhava calma pelo solo
Silenciosa ou barulhenta,
Trabalhando entre os vivos
E levando os moribundos.
Neutra em ser seletiva,
Sorria em tons tão cinzentos
Quanto suas mortalhas,
Escolhendo a quem beijar.

Ambos:
Com brutalidades: a Guerra.
Com mistérios: a Morte.
Entre afagos eles se deitaram
Na massa de sangue e corpos,
Fazendo uma alcova
Para sempre se amarem
Entre tantas missões.


- Mensageiro Obscuro.
Março/2010.


Foto: "Crusade - Glorious Death of de Maille" por Gustave Doré.

19 abril, 2010

Conectando os Tavernistas de todas as partes!

.
Romulo Narducci e Rodrigo Santos, idealizadores do evento. (SESC São Gonçalo, fevereiro de 2004).


Evoé é a manifestação de todos os artistas que defendem a pecha de tavernistas! O Tavernismo é um movimento artístico surgido no evento Uma Noite na Taverna, e que prega que a boemia é o berço de todas as artes.

O termo tavernista foi criado pela imprensa local para inicialmente denominar os artistas que se apresentassem no Uma Noite na Taverna, sendo adotado este termo com muito orgulho pelos próprios, mostrando que o evento já partia para um patamar e uma responsabilidade maior, a de movimento artístico.

Surgido em 2004, na cidade de São Gonçalo, RJ, o evento Uma noite na Taverna vem revelando uma plêiade apaixonada por todas as sendas da arte.
Esse espaço (blog ou zine virtual) é dedicado tanto para esses artistas, que já se apresentaram no evento, quanto para os de outras localidades no Brasil e no mundo, que se identificam com o movimento tavernista, para que os mesmos tenham a plena liberdade de apresentar e divulgar os seus trabalhos.
Você, caro leitor, encontrará da autoria destes uma gama de poemas, prosas poéticas, ensaios sobre literatura, teatro, dança, artes plásticas, fotografia, enfim, é mais uma forma de fortalecermos a arte nova, que à luz dos grandes mestres e da arte consagrada vem crescendo em busca de um mundo novo cheio de virtudes! Bom entretenimento! Evoé!