21 abril, 2010

Amor...perdido, nas águas do Rio Eterno! - Nana B. Poetisa



Sob a luz da lua cheia, que nascia por detrás das pirâmides, nós admirávamos toda a magnitude da terra do Egito, estupefatos. E a lua ia evoluindo, mais e mais, subindo majestosa até alcançar seu lugar nos céus. Menina "lua" a brincar, nos brindando, em nossa jornada, com uma noite abençoada por seu brilho prateado, com a brisa suave do rio sagrado, que guiava nossa embarcação silenciosa pelas águas eternas.

O barco seguia devagar, deslizando suave e mostrando as belezas da planície de Gizé. Sentados abraçados, com olhares apaixonados, nós admirávamos embevecidos toda aquela magnífica beleza ancestral, que parecia existir, exatamente naquele momento, apenas para nós.


Egito Eterno, terra do Nilo sagrado. Profuso de memórias e História.

Terra de lendas e mistérios, que sempre seduziu o mundo e tantas vezes atiçou minha curiosidade. Como não se deixar apaixonar por essas águas cálidas e silenciosas, por esta terra que recende a ancestralidade de cada um de nós, de forma tão magnética e inexplicável?

Mas o que digo?
Divago e me perco de minha narrativa, me desviando por instantes, influenciada pela atmosfera que aquelas águas incutiam em minha alma.

Despertei de meu transe, com seu abraço querido a me envolver. Senti arrepios a percorrerem meu pescoço, com o beijo que você me roubou, sorrindo como um menino levado. Me voltei em sua direção, olhando no fundo de seus olhos, admirando-o e acariciando seus cabelos, negros como a noite que acabara de chegar. Passamos ao longo das pirâmides e as margens ficaram escuras, permitindo que apenas a luz da lua fosse capaz de nos alcançar, sem reprovar ou questionar nossa impetuosidade, ao navegar naquela linda noite.

Abraços e beijos... trocando carinhos, nossos corpos arfavam na ânsia do desejo incontido. Beijos intensos e olhares famintos, carícias urgentes reclamavam a sede que dominava nossa vontade.

Silenciosa e delicadamente, deitamos na manta de linho estendida em nosso barco, sem que nossos lábios se separassem. Não, os beijos que trocávamos eram voluptuosos demais, para que nos separássemos naquele momento. E eles ficaram ainda mais intensos, tanto que perdi o rumo, entregando-me lânguida em seus braços.

Lembro-me apenas que, quando chegamos a Luxor, eu estava toda despenteada, com minha túnica branca deixando escapar um pedaço precioso de mim, que você teve a delicadeza de ocultar dos olhos alheios com discrição, mas sem disfarçar o desejo que gritava dentro de si.

Nossos olhares e o calor de nossos beijos, a força de nosso amor e a luz do seu sorriso foram os detalhes que ficaram na minha cabeça, quando despertei. Admirava embevecida, de minha sacada, os monumentos de Gizé, que brilhavam a minha frente na varanda do Ramses Hilton. Apenas uma coisa estava fora do lugar.

Não havia sido sonho, pois sua presença ainda estava vívida em minha pessoa, coadjuvada pela luz da lua cheia, que exercia imensa influência sobre mim, e pela brisa suave do Nilo. A lembrança do seu abraço, do seu cheiro me invadindo, tomando conta de mim, da sua boca colada à minha, me fez sorrir e agradecer com lágrimas nos olhos a felicidade que há dez anos atrás, aquela viagem me proporcionara.


Antes que você fosse levado de mim... para sempre.

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7 comentários:

Caline disse...

Lindo Nana!!
A sua narrativa me transportou para a cena do conto!

Parabéns, amiga!

Anônimo disse...

Amiga, muito obrigado por seu carinho.

Trabalhei esse texto sem dificuldade. Tudo que precisei fazer, foi pensar na terra que tanto amo e admiro desde menina.

A partir daí, o texto nasceu...

Mil beijinhos e meu eterno obrigado, amiga querida.

Karine disse...

Lindo demaaaaais amiga! Bom, sou suspeita pra falar já que sou tiete! Rsrsrs. Muito romântico mesmo! Amei!

Ana Elisa disse...

aaaaaaaaaaaaiii que lindooo nana, talento é seu nome!

Anônimo disse...

Kari & Aninha...

Eu sou uma pessoa abençoada, primeiro pelo Dom que Allah tão generosamente, me deu...e, por ter perto de mim, pessoas tão especiais quanto vcs, amigas!

Brigaduuuuuuuuuuuuu

André M. T. disse...

Nana, lindissima história. Dá pra sentir a atmosfera e se imaginar lá... Tua insipração não tem limites.

Parabéns.

Nelson Magrini disse...

Muito bom, Nana, parabéns! O texto simplesmente passa a atmosfera do lugar e é possível se vivenciar o momento. Seu talento cresce a cada dia.

Bacio!