23 abril, 2010

Vamos fazer amor outra vez

Tec, tec, tec, tec.
A chuva voyeurando minha alcova.
Admirando as formas da dama nua,
Que, voluptuosa, dorme em minha cama.
Nenhuma luz, a não ser a brasa
Que alimenta meu cigarro,
E um ocasional relâmpago,
Que flasheia na janela.
Ela se mexe, revirando o lençol,
Deixando escapar um suspiro.
Sonha talvez.
Eu aspiro a fumaça, sorrindo.
Sua penugem, descoberta,
Emoldura o sexo molhado, quente,
De onde escorre ainda minha semente e saliva.
Apago o cigarro no peitoral da janela,
E sinto o cheiro de sua pele queimando.
Volto à lasciva arena,
Onde sou o leão, Daniel e César.
O aroma de nossos fluidos corporais
Tem o gosto de paixão.
Tenho vontade de feri-la.
Fazer minha mão estalar em seu rosto,
Lamber o sangue de seus lábios bipartidos.
Beijo-a. Como-a com o nariz.
Amo seu corpo largado à cama,
Largado à fúria.
E deixo a jaula fechada,
Com o tigre lá dentro.
Acorde, meu anjo.
Vamos fazer amor outra vez.

Um comentário:

Poemista disse...

parece um quadro
pintado por Dali e Miró
ou
Miró e V grogh
depois de algumas divergencias
ainda bem que o tigre nao tem duas cabeças
e a jaula permite o contemplar.

fumaça q sobe
tinta q escorre
poema q liberta
nessa corda frouxa do horizonte
abaixo das estrelas.

"poeta é uma merda mesmo heheheh
tudo imagético.....rsrsrsrs!

wlw tio bardo.