22 abril, 2010

EXPULSOS


Consumidos pela indiferença
Em brasas o mundo visível conspira
E nos mantém na fossa escura
Sem cores e sem esperança
Fomos expulsos do paraíso
E não podemos mais voltar


O que fizemos de errado, meu anjo?
Se combatemos com nossas forças
E agora nos restam asas feridas
E a luz se afasta de nossos olhos
O chão frio e úmido é nosso destino
Sem que tenhamos redenção?


Não estamos mortos, mas não vivemos
Perdemos nossa alma por uma luta inglória
Abaixamos nossas armas e não nos deram trégua
Não obtivemos perdão por nossas faltas
Queríamos apenas sobreviver, não cair
Mas pelos pecados dos homens, atingimos o chão

Um comentário:

Poemista disse...

o frio passa através do frio
enquanto me atrevo a passar por aqui

tentamos subir por ascensores
e as roldanas emperram
enquanto buscamos impressoes e alivios
pra completar as lacunas do mosaico

e contraditoriamente quando chegamos a esta altura de atingirmos o chão
nada mais cabe em um poema
e reside em nós o expectar de uma palavra Nova
que nos faça transbordar no horizonte
ou panorama da poesia
para explicar o estarmos vivos
vela então por certas vezes
O Inexplicável.

adorei teu poema
que me permitiu uma nova viagem ou transgressão poética.
parabéns,de fato!