15 fevereiro, 2012

Anônimo

Posso ver daqui

os lábios murchos

como aquelas rosas

no canto próximo

a janela.



Posso ver daqui

os olhos fechados

O corpo inchado

na maca fria.



Os braços bem juntos

se cruzando no peito

as cabeças que rodeiam

o corpo, balançam desanimadas

desolados de lado a lado.



Posso ver daqui

meu corpo,meu amanhã talvez

ou alguém parecido com migo

na maca padecendo,esvaecendo

sem documentos para identificação



Quem eras?

Sou eu?

Ali morto?

Sou eu ali

esquecido ?



Ah!,se fores eu

enterra-me logo ali

Perto dos anônimos a vida.



Luiz Carlos

06 fevereiro, 2012

Tambores xamânicos




Ó tambores xamânicos
despertando a voz da mãe terra
despertando a natureza interna
cantando o coração,soprando
a alma toda uma alquimia de vida




Ó tambores xamânicos
Levando o ser, como o cavalo
para outras constelações utópicas
além da carne,além da terra e visão




Ecoa os tambores xamânicos
e todos animais entoa cantos
da suas formas possiveis.
Cantando a mãe terra, morrendo
cantando a sua ressurreição
da natureza mudada pelo homem
sanguinário de poderes absolutos




Ó cantemos então para que surjas
o ser bestial das águas,da terra,do fogo,
do ar,para que venha e defenda
a eterna mãe terra.
Cantemos,cantemos mais alto
enquanto ecoa os tambores
xamânicos libertando corações
celebrando toda uma alquimia
de vida.




Luiz Carlos

04 fevereiro, 2012

Medusiano




Ira Vanilla


Iremos bradar contra-cantos reflexos
pela vicejante boca da ira
qualquer seja sua fonte,passado ou presente
Perseguir um tempo Sangue e baunilha
sem precisar o quão férteis soarão nossas pragas


O que aos teus pés o tempo ajudou desfolhar
Ambos fingiram não dar importância
Entoando canções entre línguas estranhas&cobiças
Como se fossem segredos que gatos negros não ousaram sondar

Ressoará ao invés
Um Candido tormento avesso as tuas súplicas
Pra que o tempo decida a voz da tua escolha
Um cândido tormento afogará tua garganta
Pra que as contradições abandonem o peso que lhe imputas-te



Das armas que carregas
Ou sobre as damas em que te apóias
e até mesmo a Grandeza de teus versos
Nada resistirá a tempestade
Nem hesitará em esconder a face
E até mesmo fugir

Nada resistirá
A tempestade marcada em Ira Vanilla
Onde versos e vencidos
perdem-se e se querem
entre ondas e desejos
entre abismos e lagrimas
a caminho do agridoce mar de chá violeta
Onde Sereias
e areias não deixam seus rastros.....


Exúvia Hannar/Poemista/Melian Cordéus

Inspiração: Siren/By Tori Amos