Como o suave petrel
corta os céus e mergulha no infinito
azul.
Retorna a terra somente ao ninho
retorno a terra somente em desalinho
para cavar na era meu fruto apodrecido
para colher da flor á melancolia desabrochada
Retorno a terra para ver o mártir
sugando como faminto vampiro as forças da humanidade
em vindouros palpitações malignas deixando apenas ruínas
E todos aqueles entes dando de alimento ao esquecimento
Como o petrel de brancura inefável
Retorno ao ninho desgraçado,olvidado
para sempre de minha forma nauseabunda
de humano sujo de mãos desgraçadas
de sonhos perdidos.
Retorno a terra somente para olhar no espelho da tristeza
e contemplar ainda ferida beleza
Do olhar na plenitude da certeza
que tudo cada vez veloz,dissolverás
no ar impuro,e tudo visto afundarás
na infernal memória dos esqueletos
enterrados sem adeus,sem contemplar
a destruição mordaz dos sentimentos
tão esculpidos pelos alvos poetas
e transmitidos á todos que ainda sentem
Só retorno a terra,agora na forma grotesca
de sombra.
Luiz Carlos