25 dezembro, 2011

Retorno da grotesca forma

Como o suave petrel

corta os céus e mergulha no infinito

azul.

Retorna a terra somente ao ninho

retorno a terra somente em desalinho

para cavar na era meu fruto apodrecido

para colher da flor á melancolia desabrochada

Retorno a terra para ver o mártir

sugando como faminto vampiro as forças da humanidade

em vindouros palpitações malignas deixando apenas ruínas

E todos aqueles entes dando de alimento ao esquecimento

Como o petrel de brancura inefável

Retorno ao ninho desgraçado,olvidado

para sempre de minha forma nauseabunda

de humano sujo de mãos desgraçadas

de sonhos perdidos.

Retorno a terra somente para olhar no espelho da tristeza

e contemplar ainda ferida beleza

Do olhar na plenitude da certeza

que tudo cada vez veloz,dissolverás

no ar impuro,e tudo visto afundarás

na infernal memória dos esqueletos

enterrados sem adeus,sem contemplar

a destruição mordaz dos sentimentos

tão esculpidos pelos alvos poetas

e transmitidos á todos que ainda sentem

Só retorno a terra,agora na forma grotesca

de sombra.



Luiz Carlos

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