As
más línguas da cidade falam que Elza se achava de namoro com o dono da farmácia.
A moça, então, esquia e faceira no esplendor da idade, ia ganhando novas medidas
no passar dos meses. Já prevendo um rebuliço do cão, o moço - matreiro que nem
cobra - tratou logo de arrumar remédio milagrento pra fazer abaixar ventre crescido.
Dias após ingerir o elixir amargo, Elza foi minguando, minguando até que, exaurida
de forças e de animo, fechou os olhos esbranquiçados sem esboçar a menor
intenção de abri-los de novo. Algumas pessoas que estiveram onde se pranteia de
preto e se fala na ponta dos gestos, dizem que ele não derramou nenhuma lágrima
quando a moça partiu toda enfeitada de flores.
Fabiano Silmes
2 comentários:
síntese perfeita, forte. Parabéns!
Du caralho, Fabiano. Me lembra as croniquetas do Voltaire de Souza, fo finado Notícias Populares. Como já te falei sou fão de textos tiro curto. Siga, irmão! Abração.
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