19 junho, 2010

Sea of Violet Tea


Uma DOBRA na canção:

Não faz muito tempo
Encontrei-te mergulhando os dedos
Na margem mais esquerda do homem que és agora
As tintas refletiam sobre as águas
Um amalgama de teu sorriso e fracasso
Na guia de um futuro indizivel
Qualquer que fosse O nome, a mulher ou a Espada que gozastes
Ou qualquer o ouro que trouxeste
madeixas que olvidas-te

No compor duma canção
Notas secretas ululavam
Fragmentos e pactos num palco xadrez
Inclinados entre o inverno,o volátil e listras
Esquinas além das muitas horas
Teu rosto manchava-se entre cinzas
e
folhas


Aquiesci meu peito
Por trás dos gritos do vento
Na tentativa de abrandar sua voraz velocidade
E o tempo dizia
Marchar sobre contas opacas
Que ao menor choque, deslizavam
Deixando rastros Invisíveis


Imagens da saudade
Doidas e doídas
Recalcitrâncias nossas que nem sequer o vento ousaria calar
E mais leve do que se poderia crer
As palavras se fizeram dança
E tão crianças pareciam
Que encostei meu pensamento envergado á soleira da esperança

Deslizei devaneios
em tua tez de pêssego e vinho
insinuando acidez e maldição
Querências na cor do meu pecado
numa maré verniz

Teu conjugar fez-se ao sereno
Orvalho
Nem mais frio e nem mais quente
Um terço dobrado
duas vezes menos
Que ri e mora
Que canta e chora rumo a casa do horizonte

Ovelha ao matadouro
Flor na violência das Cores

Sobre este quadro
Encostei meu pensamento com reflexo mesclado à via dos sussurros,
numa aquarela em sombreado.


Melian Cordéus&Eczúvia Hannar(direitos reservados)
http://www.youtube.com/watch?v=6lfxPeF-Xbg


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dedicado a alguns que estão a deriva no esquecimento
e para SARAMAGO que agora navega,sem ser ESQUECIDO!

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