09 maio, 2012

Da dor o canto de mel

Late um cão ao acaso.
Escrevo latindo o papel.

Se canta o passarinho em frágil galho.
Escrevo, bebendo do bom canto a dor diluída em
embriagado mel...

No tiro da febril caneta em madrugada
escura.Iluminadas linhas nascem
matando a sede de minhas agruras..


O sol amanhece, na goela do galo.
Trago debaixo da luz os olhos imersos
de noite,e alma cintilante de entardecer

E dos poemas filhos meus imperfeitos, a mim
a qualquer hora é um consolo perfeito.
Vou,buscando a vida á estrada avante,
com muitos esforços, encontrando outros pássaros
me ensinando sempre vôos mais altos.


Carlos Orfeu

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