Late um cão ao
acaso.
Escrevo latindo o
papel.
Se canta o passarinho em frágil
galho.
Escrevo, bebendo do bom canto a
dor diluída em
embriagado
mel...
No tiro da febril caneta em
madrugada
escura.Iluminadas linhas nascem
matando a sede de minhas
agruras..
O sol amanhece, na goela do
galo.
Trago debaixo da luz os olhos
imersos
de noite,e alma cintilante de
entardecer
E dos poemas filhos meus
imperfeitos, a mim
a qualquer hora é um consolo
perfeito.
Vou,buscando a vida á estrada
avante,
com muitos esforços, encontrando
outros pássaros
me ensinando sempre vôos mais
altos.
Carlos Orfeu
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