Quando você tem um pouco menos
que nada,
Miséria é salada,
Na boca de político.
Quando você tem apenas o farrapo do corpo
E os pés duros sobre o chão,
Miséria é política,
Na televisão.
Quando você tem um chão frio e sujo,
como cama,
Miséria é projeto do projeto de lei,
Lá na câmara.
Quando você tem fome, frio e um furúnculo
Encravado na bunda,
Miséria é comercial
Do “Criança Esperança”.
Miséria é campanha eleitoral,
Do Lula.
Quando você trabalha de segunda a sábado,
De manhã até a noite.
Miséria é não morar em Copacabana,
Na novela bacana do Manoel Carlos.
Quando você pensa que de sonhar, não é mais capaz,
Miséria é propaganda
Da Petrobrás.
7 comentários:
Gostei!!!
A miséria nasce nas capitais
Invade mangues sobe morros e destrói famílias
Fruto de um sistema que se acha nobre
Mas que dá tudo ao rico dando grilhões aos pobres
A miséria invade as casas pelos telejornais
Milhões de mortos nas esquinas
Versões oficiais não dão conta da chacina
Que acontece todo dia
Amanhã a gente esquece e já foi feita a faxina
A miséria nasce e mora nas capitais
No discurso de idiotas e de intelectuais
A serviço de patéticas ideologias
Prolifera o medo
Perpetua a hipocrisia
Em condomínios fechados
entre muros de concreto se esconde a burguesia
À sua porta batem mendigos e ladrões
Putas e viciados que seu vício financia
Por toda a parte a fome e a miséria a nos espreitar com seus rostos terrivelmente suaves.
Outro dia, andava distraída pela rua, e a morte me disse bom dia. Eu, ofendida, encantada, maculada, contemplei ali na calçada a minha própria fronte estendida, sem vida. Pedaço de carne solto sob a pele. Os olhos ainda cheios de uma ternura impossível, abertos, voltados para o céu como se esperassem algo. No canto da boca, um sorriso tímido e franco mais enigmático que o da Monalisa, mais apavorante que o da Esfinge.
Muito bom, Suzane!!!
excelente!
excelente!
Hannar lorien.
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