15 setembro, 2011

Como se escreve poesia?

Fico pensando,
revirando por dentro
e não acho nada pra completar.

A minha vida parece completa
e as dúvidas cada vez mais certas.
Por que estou sozinho?

A solidão é a diferença do coletivo,
enquanto as vozes lá fora me dizem
que ainda estou vivo.
O abraço sincero de quem mentia,
o amor à revelia,
quem sou eu, poesia?

Refletindo,
vou estendendo o que era sofrimento,
mas não é pura transpiração.
Acredito que inspiração
não vem só do coração.

É dia a dia,
solo, batida
incrustada
em simples canção.

Poderia ter feito diversos sonetos,
perder horas na composição.
No entanto, sinto que a emoção vale mais
do que mil horas perdidas de reflexão.

Entre a razão e a emoção,
sou um Bocage remendado
de que tanta bobagem
me joga na multidão.

Comecei vate,
tornei-me diversos,
passei pela tempestade
e o meu ímpeto
acabou em pleno interdito.

De cronista solitário,
fui escritor visionário
de um passado lendário.
As minhas rimas só buscam sufixos
de dicionário.

E a cada movimento
vou me perdendo a cada verso.
Esquecendo de que o Uno
não é universo.

Então, poesia,
isso tudo é reflexão
Ou são meus ingênuos versos?

A certeza é que quando aprender
a escrever o que chamam de poesia,
Não sou eu quem vai saber
o que houve de melhoria.

Um comentário:

Carlos Orfeu disse...

Ó sublime poeta,dono deste belo poema
a ti,lhe digo.
cada estrofe,me elevei
cada estrofe,esvaeceu o tempo
serpente,ausente fiquei destas horas
ondas ébrias,inerte fiquei quando a última estrofe chegou,jaz guardei na caixa secreta e vermelha,este belo poema.