01 maio, 2010

Espelho



Fico triste quando olho no espelho
E contemplo minha face
Não sou o que vejo
A minha frente encontra-se uma pseudo
Moldada pelas moléstias do mundo
Petrificada pelas feridas mal cicatrizadas

Choro copiosamente na frente do espelho
Como se quisesse que alguma lágrima
Pudesse dissipar as nuvens negras
Que de mim se apoderaram
Arrancada de minha inocência de outrora
Estragada pelos impiedosos algozes

Fecho meus olhos diante do espelho
Prefiro não ver o que me tornei
Tenho medo da minha maldição
De muita dor em muitas angustias
Não preciso de mais nenhum fantasma
A mim basta o que está diante do espelho

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