I
Voto de Pobreza
"A poesia não irá lhe deixar rico"
Disse o pai à moça que amava o poeta
"A poesia não irá lhe deixar rico"
Disse o pai do poeta à beira do abismo
Abandonado pelos guardiães do "bom senso"
Ele seguiu apenas a seu coração
E seu coração seguia em frente
Sangrando versos sobre os guardanapos
"A poesia não irá lhe deixar rico"
Urravam os alto falantes do mundo
(sintonizados em alguma mesmice rádio-televisiva
baseada em jabás e em pesquisas de opinião
encomendadas por hábeis marketeiros que não sabem vender poesia
porque precisam pôr
antes de mais nada
um preço modesto por suas almas)
Mas o mundo é vasto para o coração
E o pobre poeta festeja
Seu profano sacerdócio
Ao receber apenas um sorriso sincero e ouvir
"Sua poesia me deixou mais rico"
Eis aqui, senhores, um dos mistérios de nossa fé!
Voto de Pobreza
"A poesia não irá lhe deixar rico"
Disse o pai à moça que amava o poeta
"A poesia não irá lhe deixar rico"
Disse o pai do poeta à beira do abismo
Abandonado pelos guardiães do "bom senso"
Ele seguiu apenas a seu coração
E seu coração seguia em frente
Sangrando versos sobre os guardanapos
"A poesia não irá lhe deixar rico"
Urravam os alto falantes do mundo
(sintonizados em alguma mesmice rádio-televisiva
baseada em jabás e em pesquisas de opinião
encomendadas por hábeis marketeiros que não sabem vender poesia
porque precisam pôr
antes de mais nada
um preço modesto por suas almas)
Mas o mundo é vasto para o coração
E o pobre poeta festeja
Seu profano sacerdócio
Ao receber apenas um sorriso sincero e ouvir
"Sua poesia me deixou mais rico"
Eis aqui, senhores, um dos mistérios de nossa fé!