09 julho, 2010

No ônibus



Sozinha,
às dez horas da manhã.
Medo do Nada,
momento sutil,
de descuidos muitos,
à meia luz
de uma penumbra.
No ônibus,
tédio pela manhã,
às dez horas da vida
medo da morte
mentiras sutis
múmias vacilantes,
como num quadro
de Gaughin
me espreitam
à meia luz
de uma penumbra
no ônibus sem-fim.

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