Na beira do precipício
No final do crepúsculo
Ela abraçada com a cabeça em meu peito
Chorava copiosamente
Não iria mentir na derradeira hora!
Levantei o rosto colado em meu peito
Não queria comigo ver o fim
E então, apenas lhe confortei
E sussurrei...
- Sabes amada de onde vem os demônios?
Ela mal um não acenou com a cabeça...
- Verdadeiramente amada...
Continuei...
Caem dos céus os demônios
Que outrora eram anjos
Deles os mais belos, os que cantavam a alvorada
E ressonavam daqui ao início dos tempos
De que tudo isso Deus já via
E nesse rodopio e ciranda criança
Eram eles que desciam do céu
E por ter medo do mesmo
Procuravam abrigo debaixo da terra
E quanto mais terra, menos medo do céu havia
Caem do céus aos montes os demônios
Em mil bravios de dores e chagas e tolos
Tolos todos nós homens como eles fomos mais
Digo mais, tolo mais do que eles fomos, pois tememos o céu
Ó vazio céu!
Aos demônios, as lendas, as coisas menores que não existem
E por descrédito fomos ao precipício
Que por subestimo de quão tolo e pequeno ardil
Não nos prepararmos para a fúria
E a possível derrota de deus.
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