25 agosto, 2011

Caem dos céus os demônios



Na beira do precipício

No final do crepúsculo

Ela abraçada com a cabeça em meu peito

Chorava copiosamente

Não iria mentir na derradeira hora!


Levantei o rosto colado em meu peito

Não queria comigo ver o fim

E então, apenas lhe confortei

E sussurrei...

- Sabes amada de onde vem os demônios?

Ela mal um não acenou com a cabeça...

- Verdadeiramente amada...

Continuei...

Caem dos céus os demônios

Que outrora eram anjos

Deles os mais belos, os que cantavam a alvorada

E ressonavam daqui ao início dos tempos

De que tudo isso Deus já via

E nesse rodopio e ciranda criança

Eram eles que desciam do céu

E por ter medo do mesmo

Procuravam abrigo debaixo da terra

E quanto mais terra, menos medo do céu havia

Caem do céus aos montes os demônios

Em mil bravios de dores e chagas e tolos

Tolos todos nós homens como eles fomos mais

Digo mais, tolo mais do que eles fomos, pois tememos o céu

Ó vazio céu!

Aos demônios, as lendas, as coisas menores que não existem

E por descrédito fomos ao precipício

Que por subestimo de quão tolo e pequeno ardil

Não nos prepararmos para a fúria

E a possível derrota de deus.

Nenhum comentário: