Hoje, ó mágoa me visita.
Tome esta água colhida das
pálpebras.Tome ó mágoa esta
tristeza nascida da certeza de
um amanhã mais negro como
a tumba esquecida,entrestecidas
são as flores murchas aquecidas pelo orvalho
e ocaso.
Hoje,abandonei antigos sapatos
de sola gasta,de lama e poeira
contornos de antigos caminhos
arranquei do peito,mágoas
ah....Descem água,escorrem
na fronte sórdida,ferida.
Vêm ave da saudade,pousar nesta tarde
onde arde,queima meu peito escancarado
ébrio do Sake barato,nesta alcova em mofo
e odores tabagísticos.
Passa sinos vesperais
Passa ventos
Passa abelha
Passa moça bonita
Passa minha vida
Passa!Passa!
tudo sem dizer adeus
Hoje o cancro lúgubre
me devora,consume sorrisos
não mais dados,consume tinos
sou um manequim sem vida
inerte,jogado num leito suado
surrado,lamentando,dando versos
as paredes surdas,abafando gritos
rasgo meu coração,sangra da poesia
amarga nascendo neste ventre de artérias
Ah!,hoje á dor veio beijar-me
batem na porta
chamam meu nome
não,vou para rua fingir risos
apenas ficarei,aqui nesta tarde de hoje
ardendo em prantos,lendo a lira,da ira
infernal de sofrer sem amar
pela última vez,antes da bala perdida
vir,entrar veloz e atingir o peito escancarado.
Hoje ficarei aqui......
Luiz Carlos
28 de agosto,Queimados 2011
28 agosto, 2011
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