09 julho, 2010

Romulo Narducci

Das sombras da cidade submissa
emerge a pálida figura do poeta
trovejando e chovendo sob o negro manto
que a noite tece para envolver seus filhos.

Os cabelos que lhe restam na cabeça em chamas,
desgrenhados como se buscassem multidireções,
como as ideias de sua mente insana,
como tentáculos de Érato buscando as almas incautas.

Acordes soltos nas paredes, tambores pagãos,
anunciam o advento da poiesis
em cada esquina de paralelepípedos gastos,
em cada amendoeira, canto ou flor.

Romulo Narducci, a sarça ardente da poesia gonçalense,
vem conduzir, após gerações de aridez,
todo um povo ao altar de Baco,
toda uma raça à desgraça e êxtase.

Louvado sejas, espectral trovejador,
Leve te seja a pena, pesados os teus passos!
Evoé, cria dos Anjos e da divina Graça,
Salve a mão que serve o vinho e a poesia!

3/9/9

2 comentários:

Romulo Narducci disse...

É uma honra de grande emoção receber uma homenagem do nosso poeta maior contemporâneo! Imerso em felicidades pela lembrança:

"...cria da divina Graça..."

Evoé meu amigo! Evoé!

Poemista disse...

tocante!