30 junho, 2011

PALAVRAS...



As palavras se fixam como imagens eternizadas no inconsciente
Ou como agulhas várias que lhes espetam o corpo assim quando acessadas pela memória.
A vida se encarrega de transpô-las...
De dentro para fora...
De fora para dentro...
Causando mares revoltos
Nos oceanos do Ser;
Do Ser que constrói
Do Ser que destrói
Assim, com palavras
Que proferem de forma sábia
Ou de forma leviana
Através dela,
A "palavra",
Se expurgam afetos,
Se mantém o vínculo,
Elaborando uma teia de sentidos
Que de acordo com perspectivas várias,
Podem ser conexos ou desconexos.
Porém, relatam o Ser que se É
De forma mais ou menos dissimulada,
Necessário sendo a interpretação,
De palavras que revelam sentidos
Sentidos estes
Que revelam o Ser,
O desnudando de suas máscaras,
Mas não o retirando do seu palco
No qual necessita continuar a representar sua cena!

27 junho, 2011

Se um de nós partir....

Ai,quando então hei de dizer adeus?
qual de nós partirás primeiro? E se fores
primeiro do que eu,chorarei por noites
inteiras.

Ai, é tanta mágoa nas estradas derramadas,
há tanta água,escorrida da pálpebra que
dar para regar as flores,e dar-te de beber há quem tem 
sêde.

Mas se caso parti-me primeiro,sei o quanto
sofrerás,ah...quanto,o quanto sofrerás,mais
nas noites sem sono,há espera dos passos
meus regressando a casa,ao ouvires minha voz
dormes tranquila,suavemente.

Mais ainda,quando seu olhar encontrar meus livros
e não mais me vires há lê-los nos entardeceres tão tristes
sentado no quintal fumando solidão e tristezas,sorrindo
uma saudade trinando o peito.

"Ó se nos dois partirtes.
Não sabemos á sina,nem tão
pouco o decorrer do dia.
Apenas sei do cansaço,
internamente sinto-o".

E não minto ás tristezas na clareza
dos semblantes túmidos,nem á dor sempre
presente.

Ah!,mãe se quem partir for eu,
leve ao túmulo apenas um único
olhar e nada mais.....

                                                                          
                                Luiz Carlos                             
           


                                                                             26 de junho,Queimados 2011

18 junho, 2011

Poemeto erótico ou anjo licencioso


O anjo se despiu,da aréola santa
mostrando a mim,seu corpo. Flor
negra,cada pétala lambida descortinando
segredos,chegando nos seios e amando-os
com fervor.

Á vulva e seus pelos pubianos
são vergéis onde se caminha a
língua viajante trazendo em si
cálidos desejos de amar endoidecido

Em suas madeixas caracoladas passeou
as narinas,há sentir todo o perfume deleitoso
que tinhas.Debruçou-se as mãos são duas vagabundas
a vaguear nas ruas de seu pescoço ó menina,licenciosa
menina,anjo negro caída do céu,assim como Lúcifer
e seus anjos

Viestes errar com migo,nestas horas em chamas
fremia músicas baixinhas,no ouvido visitavas
aqueles gemidos tão doces,delicados que davas

Fomos um corpo só,no lençol amarelo surrado
o anjo fumou seu cigarro e foste embora.
Logo acordei,e vi.
Ah,fostes apenas um sonho?


Luiz Carlos

15 de junho,Queimados 2011

Gaiola(angústia de um pássaro)


As grades enferrujadas da gaiola
vejo daqui o mundo lá fora,destes
pequeninos olhos de pássaro ferido.

O animal me aprisiona,tenho duas asas
de liberdade,entristecido sem usá-las fico
apenas oculto,por trás das grades.

O tempo vai-te embora,esqueci como voa
desconheço agora liberdade,se as asas 
padeceu movimentos.Sou uma peça de amostra,
quando canto,não é alegre como ouvintes riem
ao frêmitos das cançonetas.

São canções de angústia,tristeza movidas
as feridas da prisão.O sol as vezes sinto-o
mais meu sonho se foi,junto ao extinto,perdido
após o assassínio das mãos do homem.


Liberdade,haurir o céu apenas visto
destes úmidos olhinhos...
sou apenas um pássaro ferido!
atrás das grades negras 
da ferrugem..

Luiz Carlos

                                                               17 de junho,Queimados 2011

14 junho, 2011

Castelo de areia

Castelo de areia,em cada grão eras
as esperanças e alegrias reunidas.
Ó vigoroso mar levou-as entre ondas
e escumas.

Acenei um adeus,com a tristeza
que restou e o mar não levou.
Ah,se ela fosses embora sentiria
saudades sem demora.

Desta amiga fiel dos poetas....

Luiz Carlos
13 de junho,Queimados 2011
                                                                     

13 junho, 2011

(homenagem a ROD BRITTO e sua escrita certeira )

 Neste calendário lendas são abafadas nos dias dos meses
Por semanas preguiçosas
O carrilhar dos dígitos fritando sobre o trilho anual nos vagões seculares
Adstringente e botox sobre as dobras dos poros tentando apagar anotações da idade

Velha vida engolidora de oxigênio, que fica parindo homens na tentativa verbal de gritar “haja luz”sobre a superfície estéril
Se dobra ponta ponta gerações e não a tecido humano para embrulhar este edifício idealizado

Selvagem animal brame dentro do peito
ouvem-se seus gritos por entrelinhas ato falhadas
em uma faixa obscura e inconsciente
O comedor de carne in-natura quer campo-a-berros, presa frágil
Não mausoléu engravatado no pescoço de nó de garganta

Civilização vertical
-Paragrafo primeiro dadaísta risca faca e cospe fogo, decreta ruralização “nabucodonoziana”irracional
Mas cega e engasga fuligem atropelada com seus irmãos “ísmosos” utópicos e caquéticos
“ideologialismos”, uma religião panfletada em meio a vielas obscuras de manipulações claras de massa

o poeta comedor de putas enruga na gaveta com os maracujás da soberba condecorada
Malditos!?
Sim, hoje são ditos se diz dizendo
sei lá muito menos que sei cá
apaga a luz antes de sair, cospe no solo, esfrega a sola do sapato e não olhe para traz
Sou cá paz mais posso ser lá paz em guerra

Eu canibal de mim mesmo
Espeto de esquina esperto, despacho de estomago acostumado com aço voador, moedor de carne do taquaral para servir os pratos a tucupi de latas de goiabadas de pedras e pó
acha que vou ficar grifando os dias,...só tenho acréscimo, subversão de estatística essa e minha profissão perigo

Bata antes de entrar ou tente bote abaixo essa porra!
Berlim era meio fio em vistá, gaza e gazela da disney
minhas fronteiras está de trincheira até a mente, vou de navalha andaluz como cão “buñuelesco” e melhor você não dar mole, que o giro no quarteirão, traça eira e beira de brasão “a-sucrilhado” no prato herdado

sai!
Apaga a luz!


roberto monteiros



Uma Noite na Taverna, no Facebook...CURTA!


Evento mensal de artes de São Gonçalo, RJ, sempre gratuito, onde a poesia se destaca. Com oito anos de existência a Taverna, como também é conhecido, vem se tornando um movimento artístico na cidade, agregando atistas e encantando o público a cada edição.

Uma média de 150 a 200 pessoas se reúnem no SESC São Gonçalo, para se deliciarem com a verdadeira arte à luz de velas, como acontecia nas antigas tavernas onde os bardos cantavam suas histórias.

Entre, puxe uma cadeira, sirva-se de vinho e poesia!

Evoé!

Curtam a page da Taverna, no Facebook!

10 junho, 2011

Feridas

Ando ferido,ferida esta tão pesada
como uma âncora.
Ando ferido sem pressa,devagar vislumbrando
ferida esta que não cessa.

Homem solitário tocando jazz na esquina
nas noites beatas onde estrelas dançam 
nos cabarés roxos e verdes.

Meus passos conversam com a lua,
e nua as feridas,ardendo profundamente
Feridas que não há rasgo na pele.
Feridas nem remédios há de curar
São feridas da alma,fundas feridas
alimentando outras feridas há porvir.

Homem e seu jazz
estrelas dançarinas regressam
a lua chorou em meu ombro.
feridas,feridas,feridas ardem
igualmente queimadura.

Luiz Carlos
9 de junho,Queimados 2011-noite

Canção da despedida

O peito murcho,sentir-se o aperto como
uma mão,apertando o coração.
És árduo dizer adeus!

Acenar um sinal com as mãos é tão simples
mas dizer adeus é amargura que finda,na 
memória,cria raíz doridas,fazendo-se 
sangrar as pálpebras em cada relembrança.

Apartados á dois caminhos,então o ponto
do ônibus!,dizer adeus junto á lágrimas tão
seguradas,por quê?,vergonha de deixá-las
cair,seguir seu rumo na face?

Dizer adeus,seja para a vida
Seja para um amigo.
Seja para um amor.
Seja para um filho
Que seja,és triste dizer adeus.
Apenas nas fotos,resvalar a ferida
que fica apois um adeus.

Um último abraço,aperto de mão
e lágrimas há porvir,nas lembranças
serpeteando o crânio,e a dor beijando
os olhos,pedindo sua gota de pranto.
"És árduo dizer adeus......

Luiz Carlos

10 de junho,Queimados 2011:tarde

08 junho, 2011

Leve-me tempo

Esperei,ah...como esperei 
o tempo levar-me,tenho na
face,todas angústias de outroras
são minha bagagem algoz


Vejo tão triste,no fio do cimento
estás vidas passarem,e este tempo.
Ó tempo,foste minha punição talvez!?
ou meu amigo em algumas horas?

Solidão tenho-a como casaco,
onde mesmo coberto,ainda sinto
frio,minha bengala,minha outra perna.
Trôpego esmo á vida,apenas espero aqui

O tempo levar-me de mim,meu amanhã
assim mesmo vou :sapatos velhos
uma calça gasta,e uma camisa furada.

Esquecimento,seras as flores da lápide
já vai o poente,vai-te dormir,continuarei
esperando o tempo me levar.....
                                                    
                                                                                          Luiz Carlos

Entre linhas defronte á dor.

 Acre dor
Sartre,Rimbaud
ilumina,sacrário
tinto,machando os
lábios

Vou-me sentindo
outros lábios escarlates
"utopia".

Caneta bailarina,chora sua
tinta e dança no alvor das linhas
Paredes estão mudas,libertam-se
das surdinas.Ó pensamentos:pássaros
libertos nas noites há voar....

   Luiz  Carlos

Lua boêmia

Ó lua boêmia,flor alva.
Lírio cintilante dos poetas
solidão vieste dolente.
dedilho a lira do coração.

Sentindo aqui ardentes memórias
Olhar marinheiro,sempre viajante
nas ondinas sidéreas,sob lágrimas
de prata.

Um lençol se forma,no tilintar do inverno
isolamento.Ah!,solidão.
Nestas horas,devaneio iluminado
pelos prateados lacrimais.
Lua boêmia,podes ouvir as sinfonias
doridas do meu coração?

Luiz Carlos

01 junho, 2011

Retrovisor passional

 Retrovisor passional

Esse desejo ABSTRATO
com endereço mais sem DESTINATARIO
saudade de OTÁRIO

embalagem VAZIA
lagrimas consumidas fora do prazo do DIA

esquina que dobra o peito em HIÁTO
silencio de submersão INVOLUNTARIO
despedir sem despir-se com ATESTADO

luto teimoso que não ganha caminho da RUA
pé na bunda, artilharia de campeonato de bola de meia CRÚA

trava-lingua na silaba da AFEIÇÃO
ouso no ócio do vácuo que NÃO

ÉCO OCÔ

abafado e sitiado pensamento FIXO
ver-se pelas costas que não leva fardo,deixando corcovas andinas em meio ao NIXO

traça no sudário que santifica o HÀBITO
depõe hóstias salobras no brinde da estrema unção, do que por si morre e que por mim MATO

depredando sentidos no sorriso FOSCO
ancora erguida , à deriva mirando distante PORTO

intempéries do passado reverberando nas VAGAS
torturando o casco gasto de instáveis CHAGAS

monóculo dos dias SOLARES
torturados na pobre lembrança de oráculos de LARES

da HERANÇA
mantem acessa a ESPERANÇA
bêbada caduca ANDANÇA

fundamentada em OLOGRAMA
projeção sem ação
ação que projeta DRAMA

tiro no pé de meu calcanhar FLEXADO
abatido por minha própria mira caio ALVEJADO

retro-visor passional
as braçadas em águas passadas
passadas em baixo da ponte
nado dessincronizado

cronos que não guia o senso comum
fazendo valer nuvens sem relâmpagos
mas algodão encharcado de negro sal grosso
chove águas passadas sobre Sodoma


ato falho
o censo se aguça
o passo trava
falha o tato do passo censurado travando

grinalda mofada asiste minha gravata de noite de gala sair do sonho borboleta negra de olhos falsos
desposando a aliança de dilúvio eminente
cravando dente e pentes
dentes desembaraçando o rosto
pentes amarelando o gosto
rosto amarelo
gosto desembaraçado

um museu de relíquias lustradas com idealização

cão com o rabo entre as pernas
pernas a traz de rabos entre cadelas
estanca no silencio vaza no movimento
sutura que cura
jura mas nula
vermina, secreta, omite

omissa missa que não depõe no sétimo dia selo de ultima esquina a dobrar

companhia, firma firme e fraca na direção da bancarrota
rouca voz louca
que grita no fio sem linha a idade do sal ou o sal da idade


Roberto monteiros