01 junho, 2011

Retrovisor passional

 Retrovisor passional

Esse desejo ABSTRATO
com endereço mais sem DESTINATARIO
saudade de OTÁRIO

embalagem VAZIA
lagrimas consumidas fora do prazo do DIA

esquina que dobra o peito em HIÁTO
silencio de submersão INVOLUNTARIO
despedir sem despir-se com ATESTADO

luto teimoso que não ganha caminho da RUA
pé na bunda, artilharia de campeonato de bola de meia CRÚA

trava-lingua na silaba da AFEIÇÃO
ouso no ócio do vácuo que NÃO

ÉCO OCÔ

abafado e sitiado pensamento FIXO
ver-se pelas costas que não leva fardo,deixando corcovas andinas em meio ao NIXO

traça no sudário que santifica o HÀBITO
depõe hóstias salobras no brinde da estrema unção, do que por si morre e que por mim MATO

depredando sentidos no sorriso FOSCO
ancora erguida , à deriva mirando distante PORTO

intempéries do passado reverberando nas VAGAS
torturando o casco gasto de instáveis CHAGAS

monóculo dos dias SOLARES
torturados na pobre lembrança de oráculos de LARES

da HERANÇA
mantem acessa a ESPERANÇA
bêbada caduca ANDANÇA

fundamentada em OLOGRAMA
projeção sem ação
ação que projeta DRAMA

tiro no pé de meu calcanhar FLEXADO
abatido por minha própria mira caio ALVEJADO

retro-visor passional
as braçadas em águas passadas
passadas em baixo da ponte
nado dessincronizado

cronos que não guia o senso comum
fazendo valer nuvens sem relâmpagos
mas algodão encharcado de negro sal grosso
chove águas passadas sobre Sodoma


ato falho
o censo se aguça
o passo trava
falha o tato do passo censurado travando

grinalda mofada asiste minha gravata de noite de gala sair do sonho borboleta negra de olhos falsos
desposando a aliança de dilúvio eminente
cravando dente e pentes
dentes desembaraçando o rosto
pentes amarelando o gosto
rosto amarelo
gosto desembaraçado

um museu de relíquias lustradas com idealização

cão com o rabo entre as pernas
pernas a traz de rabos entre cadelas
estanca no silencio vaza no movimento
sutura que cura
jura mas nula
vermina, secreta, omite

omissa missa que não depõe no sétimo dia selo de ultima esquina a dobrar

companhia, firma firme e fraca na direção da bancarrota
rouca voz louca
que grita no fio sem linha a idade do sal ou o sal da idade


Roberto monteiros

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