31 julho, 2011
FELINO
Sete vidas já se foram
Desde o meu nascimento
Cada fase sendo única,
Ressuscito das cinzas
Da vida que se passou...
Novo contexto...
Novos personagens...
Porém...
A alma continua a mesma
O ego ora contorcido
Ora inflado
As dores mais doídas
O corpo ainda em bom estado
A sentinela dos portais das vidas
Já não trabalham como antes,
Deixam vazar algumas mesmas coisas
Para a outra nova fase
De uma nova vida
De uma velha alma
Alma já cansada de tantos enredos
São sempre novos transtornos
Algumas poucas alegrias
Que se despedem sem cerimônia
Sete vidas que já se foram
E quantas mais hão de vir?
Ora torpe, ora ereto e esguio
O meu corpo vai seguir
Passando de vida em vida
Até achar um sentido para tudo
Ou ainda buscar me iludir no nada!
Desabafo de um estranho
O amor me traiu,enquanto penso
nas dores pulsantes em meu peito,
vejo o além das janelas do olhar.
Há um sol erguido ao meio-dia,
não vislumbro-o,se apenas
consigo ver noite
e estrelas.
Bons amigos,tenho são poucos
sinto-me estranho,quando um sorriso
dou,talvez para deixá-los a vontade
ou para disfarçar toda tristeza sem máscaras
para oculta-la.
Sorrir é árduo,impossível sorrir!
Quando suas janelas estão nuas
quando vagueia pelas estradas da
libertação e lá,numa poça d´água
contempla o através das nossas carnes
sujas.
Um testemunho de Jeová me deu um papel,
recusei-o,fumando a solidão estavas,
sentou-me do meu lado e disse:que iria
para o inferno.
Como assim,se jaz estamos nele,
se o inferno somos nós.
Para que aceitar o papel,se para o lixo
irá se deitar juntamente as baratas famintas.
"Sou negro
Sou poeta
Sou tormentos
Sou estrangeiro"
Levo cuspe dos olhares,
enluto pelas ruas tristes caminho,
sendo um estranho há passar por vocês
rindo ou chorando das desgraças,corvos
pairando anciosos pela minha carne envenenada.
Não sei quando dormirei,
Não sei até quando caminharei.
Apenas vivo,e amo meu único amor
Á poesia!
Luiz Carlos
31 de julho,Queimados 2011
30 julho, 2011
Milena
Milena,ó Milena iluminou-me com
um lascívio sorriso,submerso na névoa
do cigarro,pensamentos voam
e Milena,ah...Milena toquei-a
descortinei o além do teu sorriso
como faz a criança abrindo um
presente de natal..
Acariciei seu cabelos,finos fios
beija-a no rosto,senti o gosto
dos tantos desejos.
Desenhamos juntos nas paredes do
motel palavras efluviadas pela noite
fria e você ria enquanto eu tentava ser
engraçado.Você ria enquanto tentava
lhe fazer rir.
E triste ficava,pois sabia que não voltaria
mesmo indo com outros,Milena dizia
"Que naquela noite enquanto Chico Buarque
cantarolava na máquina.E surruva em seu ouvido.
Ela sentiu-se amada".
Apenas uma única noite....
Ah!, Milena,Milena....
Luiz Carlos
30 de julho,Queimados 2011
23 julho, 2011
Se alguém perguntar por mim
Se alguém perguntar por mim
não estarei aqui...
se alguém perguntar por mim
diga apenas,que sumi
se alguém um dia perguntar por mim
já tarde serás.Permeneço na mesma máquina de escrever
hereditária,na mesma cadeira com a forma do
meu corpo.
na mesma solidão hoje,tornou-se cidades
submersas.
Ah!,se alguém perguntar por mim....
devaneio alguém que pergunte por
mim.
Luiz Carlos
não estarei aqui...
se alguém perguntar por mim
diga apenas,que sumi
se alguém um dia perguntar por mim
já tarde serás.Permeneço na mesma máquina de escrever
hereditária,na mesma cadeira com a forma do
meu corpo.
na mesma solidão hoje,tornou-se cidades
submersas.
Ah!,se alguém perguntar por mim....
devaneio alguém que pergunte por
mim.
Luiz Carlos
23de julho Queimados 2011
O meu coletivo é solidão
A cabeça guardou pensamento,
O sorriso escondeu o deslumbramento,
Lá vou eu.
Passeio pela calçada da vida,
Encaro a morte perdida
Nas lembranças de quem já morreu.
Vejo o sol fechar o seu ciclo
E a lua fazer um bico.
Na natureza, eu vivo.
Passeio por aí
Para descobrir que não deveria
Nunca (mas nunca!)
Ter saído do lugar.
Quero respirar o ar sem medo.
Sou o puro aedo
Do cantar de ser feliz.
Quero passear na sua mente,
Te deixar demente
Até não pensar.
Minha filosofia é minha vida
Que de descoberta
Já está escondida
Em um passeio de verão.
Não tenho medo
De ser eu mesmo
Pois o meu coletivo é solidão.
17 julho, 2011
Arte sepulcral
Teus olhos penetram em mim
com a melancolia,colhida no teu
olhar,onde contemplo.
Toquei em seu pálido rosto
senti a profunda frieza do
desgosto.
Asas erguidas para o poente,
ornamento findado ao ente
anônimo há dormir.
Beija-a nos lábios de marmóre
celei com um beijo,meu canto
que venha se erguer,quando aqui
regressar para que sejamos
infinitos...
Ah!,singela e inefável arte sepulcral
Luiz Carlos
16 julho, 2011
Bem cedo
ainda em névoa e a lua erguida beijando
o céu,dando-me no olhar o véu de prata.
Vou-me triste sem que ninguém pergunte
como estou,os semblantes falam por mim..
Caro jornaleiro me de um maço,converso
com a fumaça no andar só..
Estação Queimados sempre cheia,mas
só estou,não vejo pessoas.
Á não ser meu cigarro no fim.
Luiz Carlos
16 de julho Queimados 2011
"Estação Queimados em 1955"
10 julho, 2011
Cansado
Ah!,cansado estou.
E uma tristeza ao lado
acaricia,o sol abraça todos
açoite as faces,envelhecemos
mais rápido.
Velho chinelo,carcaça cansada
movendo-se,para alguma biblioteca
pública.Uma boa tarde,e diversas páginas
para comer...
Conversei com Baudelaire,
Varela,Augusto,Bandeira,Rimbaud
e Florbela.Enquanto davas para ver
no café da velha a mosca com sede
devorando toda cafeína.
Ah!,tão triste estou,cansado
sim dos dias que passam,e outro
dia vem,do tédio constante se deita
na cama, cuspindo na cara.
Logo chove pela noite,jaz
no almejo de um outro dia.
Lembrando de frases que nunca escrevi,
das saudades que nunca senti.
sentado num banco de sexta-feira,contemplando
cada face,sorrisos cariados,embriagados passarem
e dando boa noite....
Tiro do bolso algumas lágrimas
escondidas,e do coração rimas
na mesa azul de um boteco,conversei
sobre,desemprego,despedidas e angústias
com amigos num encontro sem hora marcada.
Alvorece,sem um pé de chinelo,a sola queimada
e um outro dia cansado,o tédio me amando,e a solidão
companheira.Juntamente tristeza repentina,
Ah,cansado estou......
Luiz Carlos
08 julho, 2011
PISANDO DESCALÇA EM ESPINHOS
Onde foram parar as pétalas das rosas que tu me destes?
O amor murchou como a rosa vermelha
que um dia enfeitou meus cabelos.
Os versos que escrevestes com a língua em meu corpo
se apagaram...
e o vinho transformou-se em sangue tinto!
Piso descalça em lembranças
e a saudade me fere como espinhos.
Sinto falta das tuas verdades mentirosas
e do teu desejo despretensioso tocando minha carne nua.
Promessas nascidas na cama, nela permanece...
Palavras ditas no deleite de um orgasmo com ele morrem...
Morrem?
No amanhecer assassino um sentimento,
mas deixo outro em seu lugar florescer.
Continuo caminhando descalça em espinhos
porque prefiro sofrer por amor do que viver sem existir!
Janaína da Cunha
07/07/2011
foto conseguida na net.
03 julho, 2011
Amanda
Lembrei-me de Amanda,nos poentes sangrentos
lembrei-me de Amanda,nos prantos sedentos.
Jogado no leito amargurado,lembrei-me de Amanda.
Seu olhar pulsava tristeza,seus lábios falavam
carinho,sempre reclamava de desalinho.
Nas noites andávamos delirantes de vinhos,
após um sarau de poesia,onde poemas dançavam
como um elétrico som do sax...
Lembrei-me de Amanda nas noites de cheiro
de morte,lembrei-me de Amanda nas manhãs
melancólicas de agosto.
Lembrei-me de Amanda no dia dos finados.
Luiz Carlos
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