Descia á rua,poeta suburbano andando
sobre alvas palavras,em ígneo coração
os sapatos rotos,calças desbotadas
andava ruas abaixo,poeta suburbano!
Chovia tênue garoa,lentamente caminhava
com olhos famintos,saciando-se da poesia
dançando no vácuo noturno,cintilante como
estrelas tímidas,foram se esconder atrás
das nuvens negras.
Poeta suburbano,á dor pungente le beija
como uma puta na esquina que arqueja.
Colheu flores de cimento,para leva-las
ao peito,e lava-las com toda essência
vagueando,vagueando,não para encontro
de outros lábios.
Mais sim recontrando á si mesmo,alhures
sujas calçadas,diluídas em estrelas cintilantes
a pequenina chuva,véu cálido umedecendo
solidão aérida,como brumas do relento
vem e lá no fundo canta,lá,lá,lá,lá,lá,lá.
Poeta suburbano,das flores de cimento
das sujas calçadas,da pequenina chuva
verteu iluminuras cândidas ecoadas
do profundo jardim da alma.
Luiz Carlos
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