Leonard Cohen ora torpe em meus ouvidos...
Tateio no escuro em busca de uma saída
de mim mesmo.
Destino vulgar banaliza a gauche vida.
O chão falta aos pés, sártiro, corpo flutua.
Medo da ausência... Medo de minha
própria presença.
O vinho já corrói o estômago
e os sonhos não concretizados
corróem ácidos os pensamentos.
Os passos, passo a passo,
param estáticos.
E na vertigem do fim de noite
encerro embriagado a valsa dos tolos.
São Gonçalo, 16 de março de 2009.
Foto: Romulo Narducci no extinto Madame Blues (por Rodrigo Santos).
3 comentários:
duro
de dias que de tão fundos poderiam aniquilar nossas impressões no mergulho,mas não....
e quantos "por ques" eclodem ou deixam-se abortar
por
"não sabemos que estranhas aves nos aninham nessa rota
ou por quais caminhos navega o sangue para desse modo o ser"
é também visceral
e ainda assim se eleva pela melodia que ressoa em Revés nesta valsa
ai dessas incursões
via undergrounds espelhados.
Queria ter conhecido o Madame Blues quando existia. Seu poema tá ótimo, ainda mais por citar Leonard Cohen.
Postar um comentário