29 abril, 2011

Summertime

Summertime ecoando no quarto
as estrelas sorriem e dançam,
a lua,pérola alva lírio da noite
afaga á mais funda solidão.

O sax de Charlie Parker eflúvia
summertime!summertime!
enquanto se engraxa os sapatos
tão velhos,memórias de outroras
confundidas toda poeira e lama.

Todos dormem,e o sax de Charlie Parker
eflúvia docilmente summertime!summertime!
Aves nos fios elétricos trinam as horas noturnas
calçadas cobertas pelos véus de poças d` água
dos dias anteriores."O último cigarro não satisfaz".

Arrependimentos,erros misturados á fumaça cinza
do cigarro.calças escuras,sapatos escuros,camisa
noite.A rua chama os passos.
Espere ruas,espere....
O sax de Charlie Parker
ainda ecoa.

                Luiz Carlos

Ruas das mágoas



Ruas,ruas,ruas longas ruas das mágoas
poças pranteadas juntamente com á chuva,
nestas calçadas riscadas pelos mais negros
erros,mais lá retorna-se precurando saudades.
Ó impíreo cinéreo teu gris merencório
chora âmago,chora.....

Ruas,ruas,ruas longas das mágoas
nos muros de alguma suja embriaguez
arrastado, ralando ombros,tropeçando
nas pedras dos anos.

Ruas,ruas,ruas longas das mágoas.
lembra as vielas de Paris vistas por envelhecidas
fotos,lembra as ruas do inverno,vazias e escuras
lembra dos mártirios pichados nos muros
ah,infortúnios momentos
esculpidos na cara!
Ruas das mágoas
meus rotos sapatos
em ti caminham

28 abril, 2011

Dançarinas lágrimas

Aquela dança,que lágrimas não cansa.
Deixando na face toda marca sem
esperança.

Dor igualmente á lança afiada ao peito
 perfura em rubro profundo abismo carnal,
na solidão das amargas paredes mudas
juntando despojos de algum lampejo.

Flores no jardim vermelho balbuciam
dos perfumes destas flores sem algum
fulgor. Colhi pétalas,espinhos,flores
ressequidas,diluídas em versos!

                    "Lágrimas dançam e não
                     cansam,no corpo:féretro turvo
                     onde sepulta-se bonanças"

                                         Luiz Carlos

Águas rimbaudianas.


  Enebriando-me do chafariz rimbaudiano,
flanando nas temporadas infernais,colhendo
flores das iluminuras de meu ser.
De balsâmicos olores que lembra os odores
dos charutos alvarianos.

Neste abismo embriagando-me das águas
lavando as mágoas como pássaros escarlates
no perpétuo chafariz juvial rimbaudiano.

                                 Luiz  Carlos

Arranquei meu coração!

Crispadas mãos em sangue cinéreo.
Era meu coração arrancado das raízes
tuberculosas do corpo.Eras meu coração,
ferido pelas desgraças da macabra dança!

Cão faminto,macilento posso ver sua ossura
mendigo triste sinto suas lágrimas nas entranhas
aceitem meu coração compartilhem deste malogro
astro sidéreo vermelho esquecido no frio universo
interior,caminharei imcompleto,vomitando dores.

Talvez serás o rastro sujo deixado,para quando
de saudades sentir,apenas siga o rastro do negro
vômito,siga!siga!siga!

E me encontrarás no catre da folhagem abaixo
uma cadavérica árvore,sonhando com estrelas
enamorando a eterna lua,na solidão etérea

                                Luiz Carlos

27 abril, 2011

Para as traças!

Voltam ventos,
confundidas vozes,
almas como vultos,
dançando no luto.
Do amor crucificado!
....No trauma,sentido,
na calma,ferido.

Não me deram rosas,
mais aceitei espinhos.
Percorrendo escuros caminhos
nos últimos degraus do abismo,
lá encontrei partes de mim,
esparsas,partidas,divididas as
traças!...

                 Luiz Carlos

25 abril, 2011

Incoerente



Subindo o morro, esquentando ao sol
Diante do destino manipulado
Contemplando e falando da vida
Enquanto ingenuamente é observado.

O céu cheio de estrelas sob a grama molhada
Ações que não condizem com os fatos
Álcool para rosar a face
E a pressa que entre as pernas late.

Um pulmão suando na terra
De frente ao bambuzal balança
Buscando fôlego enquanto vive,
Mas viverá ou será uma lembrança?

O céu cheio de estrelas acolhe teu cansaço
Te afaga o peito enquanto dorme
Observa a diferença que te acontece
Pois viverá, mas também será lembrança.

22 abril, 2011

Lunática Cromatografia


PS:este quase poema veio em resposta a exclamação de um amigo(mi vieja ... criò un idiota... de coooooorazon lunatico).


E quem não é lunático?
neste mundo de incertezas e desaforos a felicidade
quem não é lunático?
nesta terra em que a vida espreita por passagens críticas entre sombras e tintas berrantes
parecemos ser um exército de idiotas combatentes insistentes
tomando fôlego com arcos e flechas,sementes de luz contra o fogo negro da angustia
Inventando cores para o amanhã que o Mistério nos permite
Nossas debilidades são cuspidas pelo mundo
nossas capacidades pulsam no dilema: entre sermos cínicos e imbatíveis ou Delirantes cheios de luz
e ambas se dividem entre realidades áridas e sonhos líricos intoxicantes

Engolimos todos os dias o duelo sobre: que devemos fazer e o que poderíamos crer/Acontecer
misturados por um tempo como abelhas e moscas que passam por uma flor
e logo depois são separados,pois sobre a flor residirão abelhas em sua campanha
Sim somos lunáticos,réus,operários e guerreiros com espadas banhadas em metal de segunda classe,diante dos tiranos
somos filhos,pais e irmãos de sangue nessa batalha pela essência da arte ,do amor imperfeito e dos sonhos!
Gememos,ganimos e nos traímos quando enfraquecemos também
pois se em nós crescer o silencio, maior será a impunidade dos insignes ou desertores

Somos Lunáticos por sermos poetas
e por que sem esta condição
Versos e canções não teriam por que existir ou mover-se,
sem que dessem morada a nossa Contradição!

Exúvia Magenta/Luciérnaga/Melian Cordéus/Poemista
são assinaturas da autora Hannar Lórien.

melodia sugerida:
http://www.youtube.com/user/ssshrimpy#p/a/u/0/S_9FniaPlI8
migalhas de pão que alimentam os cãezinhos,caidas da mesa quando primeiramente deveriam alimentar as criancinhas.

18 abril, 2011

Mar de pessoas

No mar de pessoas,
que se moviam como
ondas,afoguei-me.

E nenhuma mão estendeu-me o retorno.
Faces,raças,diferentes passos!
operários do tempo,há trilharem
ás fábricas das ruas,onde corpos
produtos de carne vendidos ás
diferentes ocasiões.

Mar de faces e costumes,
foste lá que naufraguei-me
catando ainda partes de mim!
                         Luiz  Carlos

16 abril, 2011

Dimensões

Etérea embriaguez,de letargos quebrantos.
sentidos torpes de auroras,adágios,requiems
fremindo nas funéreas paisagens da alma.
Viajor do misticismo interior.
Possuidor de almas que gritam!
almas que gemem,nos indefinidos
mistérios.Fecunda-se ébrias flores
saguinolentas manchadas de versos.

Chagas abertas,lágrimas  navalhas,
Cristo lhe apedreja na cruz onde vícios
diluídos em corvos bicam demências
traições onde reinam moscas e suas coroas
de vermelhos espinhos.
Errante cão leproso,errando de canção há
canção,morrendo em coração há coração.
Com as mãos em chagas ardentes,ergueu-se
torre luminosa da sabedoria,nas insanas vigílias
febril desconhecendo o sono,adormece apenas
a carne!,na solenidade da erma alma de infinita
dimensões,rodopiando na imensidão de angústias
embebecida de delírios.

Vai-se derramar-se límpidas águas diáfanas
  nascendo frutos inefáveis
Na árvore eterna dos poetas!

                          Luiz Carlos

 pintura: Francis goya           O sono da razão produz monstros, 1799

14 abril, 2011

Lamento.

Ah!,já feri.
ferido fui.
Já lancei-me
rindo,voltei-me
chorando.

Já!,droguei-me
já,embriaguei-me
quase morri.Mais
renasci!

Á morte está prostituta.
Á vida substituta,de outros
seres vadiando de asas caídas.

               Luiz  Carlos
                     

Amada dor

Enlaça meu peito,
tremem os lábios,
devoraram meus sonhos
rindo jogaram aos ratos!

És eterna!,no peito faz
sua morada,nesta catedral
de anjos e demônios.

"Dor",divindade dos poetas.
  Não,não venha suave.
Ó imponderável dor!,quero-a amarga
há caminhar com migo,
nesta vida estragada,suportando com migo
estás lágrimas aladas.

Versos como este,muitos escreveram
e escrevem,tendo á ti como um beijo.
Nesta confissão,amada dor!
me deste está cor,onde pincelo este
verso.

Luiz  Carlos

13 abril, 2011

Rosa de fogo

Abre-se á rosa,
saguinolenta, trágica.
 Pétalas radioativas!
 de cor atômica...

                      Luiz Carlos

12 abril, 2011

Contrabarra - Rodrigo Santos

Vida longa á taverna!

Taverna!Taverna!Taverna!
onde reuni-se os poetas e poetisas,
 amantes das palavras,inebriantes
que arranham a goela como vinho
suave,casando com aplausos do
público presente;


Alvos poemetos entonados,
de diferentes vertentes.
há arder o peito de quem
sente,todo amor eloquente
pela poesia.

Velas dão o clima misterioso
ao ambiente poético e alentoso.

Taverna!Taverna!Taverna!
erguemos as taças de vinho
nuns gritos amalgamados
exalaram:Evoé,Evoé...

Na segunda sexta do mês,
quem escreves...ah, lá tem vez
neste canto sincero.
Vida longa á taverna!

Evoé
.....Evoé
             
                      Luiz Carlos

Perfume

   Agita-se as narinas,fragrância
    tu és perfeita!

     Efluvia-se pelos campos,
     cidades e corpos.
     Oscilando entre o fétido e
     o agradável;

    Ignoto bálsamo banhando
    primaveras de múltiplas
     cores e odores

    Olhares em encantos
    de tantas flores em
    balbucios,de seios
     queridos,de olhares
     sentidos;

    O sonhar por entre outonos
    há colher passageiros amores
    Ah!,quando partistes...
    das estações levarás!

     Apenas um desejo...
     e diversos arpejos
     lembranças e olores!

                  Luiz Carlos

                       Quadro:                   Luciano Freire, «O Perfume dos Campos», de 1899

Pés descalços


Menino pela rua
na realidade crua
andas descalços.

Pés rotos de cimentos
e lama,na barriga lombrigas
cantam há fome.

Menino,desconheces uma escola
carinho nunca teve.
da vida apenas porradas!
na face pequenina em cicatrizes.

Ah!, menino.Seus pés sangram
maior que a ferida do abandono
não há cura.

Afundou-se na farinha.
Assaltou algumas velhinhas.
Viu o sol  nascer quadrado
.na fábrica do ódio,na gaiola
das grades de ferro,surrado.

Após um ano,foste esfaqueado
e uma lágrima de sangue no natal
enterrado sem nome;
menino de sonhos vendidos.

                       Luiz Carlos

Sinfonias dos corpos

Como galhos contorcidos das árvores
forão unir-se os corpos num enlace,
dos suaves calores.

Entre os beijos dos amores,
ouviste no suor dos desejos
sinfonias harmônicas,arpejos
e lampejos delirantes.

Hálito da moça de lábios afrodite
findava á outra boca,o sabor da menta,
e licores.

Ó tez de balsâmicos olores de morangos,
esparsos no leito os dois corpos,dois astros
que se chocam,há dançarem gemendo as sinfonias
harmônicas dos prazeres.
                              Luiz Carlos

Pintura inebriante

Olhar licencioso,
visão deliciosa.
No hausto desejoso
á senti-la silenciosa.

Veste negra,trajada
o cálice alado na mão
magra embelezava.

Fumava há lentos tragos
nos lábios cadavéricos
vaporava.Delírios!delírios!

Ébrio rodopiar de pensamentos
no carrossel delirante,a dama
na quimera mora e ama.

Em finos traços e cores
numa tela doira,imagens
inebriantes á dançarem!

                   Luiz Carlos
                 
                                          Pintura de Marcelo Oliveira.

11 abril, 2011

Vieste


Vieste ver,este jardim
de flores sem vida,de árvores
sem frutos,de cores sem encantos.
 
Ah, vieste ver,pela tardinha tão triste,
estes olhos tão cansados de chorar
o peito tão dorido de sofrer.
   ....Viste ver.
Ó vieste ver,o silêncio que sonda,
junto aos ventos,o poente que adormece
junto aos sonhos,o corpo que apodrece junto
aos anos.

Vieste ver,estas desventuras sobre véus de desalento
estes prantos tão derramados num só momento.

Vieste ver,..ah rouxinol que pousa na janelinha,vendo
como velo com desvelo,as esperanças queimando
na chama de uma vela,a vida se afogando nas ondas
do tempo.
...Vieste ver!
Ah!,vieste ver.

Presságio do Adeus

      
                                                                             Á meu pai.


     O distante homem,tão distante em si,encontras.
  só e tarciturno.

  Desolada fronte,ornada pelas linhas da angústia,
  aos anos que dobram seus sinos,num inerte tempo.
  enferrujaram-se os teus sorrisos que existia!



Quantas vezes velou o pueril sono,
  Ah!,quantas vezes não secou estes prantos
  em auroras.

Agora o vejo partir a cada istante,
sinto-o seu adeus,em seu semblante.

Com o tempo,aprendemos há trilhar caminhos
e a sofrer sozinhos,atroz sina,
Amadurecendo com os erros...

Sinto-o, dizer adeus!
Sinto-o,chorar por dentro
o homem que se chama

Meu pai............
                 
               Luiz Carlos
                                          

Através das janelas

Ninguém pode ver,teus olhos através das janelas.
Olhares olvidados,no embaço da chuva nos vidros.
Olhos em vislumbre o movimento rápido da vida,
Carros,businas,ruas,avenidas,passos!
lágrimas,angústias,tormentos entrelaçados

A estátua na praça esquecida,pichada.
Boteco aberto embriaguez aladas.
Cães errantes pelas ruas esparsos,
mendigos nos cantos estendem
suas mãos sem encanto.
Anoitece nas esquinas
o amor não tem nome!

Através das janelas...solidão!,um verso,
flores secas num vaso,máquina de escrever
Olivetti,o tabaco não apago!
o coração?Ah... o coração!
pede mais um trago!

                      Luiz Carlos

Flores para o Poeta

   Na vida passou-se breve!
   faleceu-se moço,tuberculoso,
   doloroso.

   Espólios deixou como,
   teus filhos.Versos teus;

   Aos corações dispersos,
   nasce,raízes,espinhos,
   frutos eternos.

 Chorou,amou,sonhou
 assim como vos!

  Nos quartos ocultos,
  derramou utopias.
  Sentiu á sina,mostrar-lhe
  o fim da estrada.

  Flores ornamenta tua lousa,
  de perpétuo poeta,em olores
  fizeste a primavera,compania
  eterna;

  Flores para o poeta,da mocidade
  efluviou cantos,na vida deixou
  encantos.

  Na terra sem acalantos,tornou-se
  pó,nas palavras tornou-se imortal!

                             Luiz Carlos

Entre

 Entre,não repare,
ainda arrumo o quarto!

_Quanto tempo,nao vagueio,
   sentistes saudades?

  Estou desencantado,dorido
  eis o peito.
  Cansado são os anos.

                 ........Entre!
    Sente-se e espere.

Me olhas assim com desdém
tornando-se denso o ar,queimando-se
as flores esparzidas na mesa.

Já irei.......

Queres vinho ou café?
Ah,distantes dobram os sinos
vespertinos,solitário campanário
onde  grasna um pássaro.

Bilhete não deixarei,
nem lembranças levarei

Espere!
      

Ó senhora morte,
hei de vestir meu luto...

            Luiz  Carlos

         

Estação para o Rio

 Mádidos trilhos,turvos ferros
  Ah, tão triste  veredas,
  nestes trilhos de erros!

 Viciado  ar de fumo
  confundindo-se com
  pensamentos de outroras.

  Solidão nas estações
  Passavas o trem,através
  das janelas,semblantes
  cansados,ofendidos!

  chora o céu,chora a alma por
  dentro,no centro do Rio
  onde Vendidas sombras
  circulam.

              Luiz  Carlos

10 abril, 2011

Á tarde na janelinha

Pela tarde que chovia,
e o café perfumava
a casa que costumava,
na janelinha pequenina
debruçar-me pela tardinha.

Tinhas os olhos tristes,
relembrava feridas,entre
instantes,antes olhavas
aquela flor,que lavava-roupas
e sorria.

Ela dançava as vezes via,
sua beleza espanhola que
me comovia;

Por horas até esquecia,um pouquinho
das feridas,das lembranças doridas
Ah!,se pudesses ser um beija-flor.
Embriagar-se nos néctas teus.

Para consolar-me da amargura há
se deitar no eu.Sobre as nuvens
de abril,sabe até sonhei!
com aquela flor,em meu
jardim há sorrir.

                Luiz Carlos

A morte dos outros

Sinto saudade de mim.

De quem eu era

e nunca fui.



Sinto saudade das palavras.

Do tempo em que elas

condiziam com o que falavam pra mim.



E as horas?

O tempo foi passando.

Tudo mudando

e as pessoas cada vez mais previsíveis.



Já não sei se continuo o mesmo,

mas se o mesmo foi o que não continuou.

Faz parte da vida,

viver no meio da morte dos outros.

05 abril, 2011

The little season


The little season


Choque.....
Foi o que provei quando deparei com a imagem de uma criança congelada
e olhar vivaz
Seus dedos não cresceriam mais assim como seus cabelos e dentes
estava lá quieta e sorrindo serena em uma bolha
Algo me dizia ser aquilo tão natural quanto
Uma árvore seca
Uma pedra no caminho
Um ninho desfeito
Um membro amputado
Ou um novo amor acontecido
a Metamorfose



Observei sentido pena
Pois naquela imagem jazia o berçário de anos de Ilusão
Confesso,chorei sem desespero
O que fluía de mim era também pequena amargura,mas destituída da ira de antes
lilás filete dágua calçada afora...
onde cresceriam liquens e musgos diversos em cores e formas
Que riqueza então!

O Coração encontrou um caminho que não esperava
Com o qual não havia sonhado
E neste caminho reiventou-se,descobriu
se enfrentou
Ainda que dono de uma indelével e aguda marca deixada por aqueles anos de ilusão

Na imagem daquela criança
Jaziam
Meu anti-herói
Meu peregrino
A Musa
O algoz
E o Bem-maldito poeta preferido

A constatação de vislumbrar a paz não chegou sem perturbação e doeria de forma lenta e abandonada Com o apagar da chama daqueles anos
Avistei também meu carrossel de ecos enferrujado
Na antiga e decadente praça,refúgio da chamada saudade
De Quem nunca tive ou julguei alcançar
Mas a quem pertenci obstinadamente até o outono despertar e aceitar
A despedida
e a triste doçura da razão

... Vitória da Liberdade sobre a espera:
Os olhos já não lhe procuravam mais
A lembrança lhe reconhecia com dificuldade como alguem perdido na casa em que nascera
Os poemas quedavam-se para eternidade
E o Coração seguia em frente sem a ânsia de saber aonde chegar ou onde estar....
qualquer que fosse o tempo.



Exúvia/Melian Cordéus/Hannar Lorien

trilha
The Dodos /The Season
http://www.youtube.com/watch?v=T1ew5ERixS4&feature=related

para:Robert Frost

"Os bosques são belos, sombrios, fundos.Mas há muitas milhas a andar e muitas promessas a guardar antes de se poder dormir, Sim, antes de se poder dormir"
(Robert Frost)

"Onde eu me penso, lá eu não estou

Estou onde eu não de penso

Em busca de horizontes perdidos dentro de mim

Onde eu estou, lá eu não me penso

Me penso onde não estou

Em busca de horizontes perdidos dentro de mim

Escuto ventos do futuro

Com seu secreto bater de asas"
letra do Grupo Catedral inspirado em Robert Frost.

02 abril, 2011


Memória de minhas horas Putas e tristes


Quarto por quatro, pra um da madrugada.

Ancas fortes suspensas por joelhos cravados no carpete


Ogivas ouriçadas empinam pipas

Rabéola rebola sobre meu celeste campo de visão

Tora ou cruza na esquina,... Voou,...!... Corre,...!...Quem pegar Poe outra seu pato, essa já deu!


Tatuagem escore pela pele, com o balanço dos seios e cochas gastos.

Iluste-ação de Marqueting empresarial fest-food


O bronzeado misturado com néon na pele, é interrompido pelo branco de sinalização criteriosa.


Sexo ofertado a varejo! , grita o flay.

Micro negócio, gera, macro lucro.

Na mais valia do desejo não se sente o gosto de beijos

Só no farejo mais não vejo, o saldo estimula, o espeto, o esperto e o leigo.


O sal-dado do trafego constante, baculeja o triangulo, apalpando os instantes íntimos e populares, salgando-os.


Raros ou comuns, o ápice aproxima os graus de atmosferas mais rarefeitas.


Bonitas ou feias.

Não importa!

Não importa se mal vestidas para um galinhar vertical, ou em trajes de gala para bacanais horizontais.

Nem importa ou exposta, abro todas, como gatuno chaveiro ou respeitável cavalheiro, a cortar fitas de inauguração com tesoura de ouro,

Com estandartes, galhardetes e lanças em riste atiro flâmulas de confete branco zinco sobre bocas e seios, e minto no coito verdades amoladas.


Cadê o troco?

Empresta-me trinta minutos que lhe devolvo cinco minutos para o cigarro de despedida

Vinte e cinco minutos à cinqüenta, nem inventa!

Um varejo atacado por todos os lados, deveria ser pago com o dobro ao quadrado.


Tempo é dinheiro

Dinheiro é sexo

Sexo é produto

Produto é mercado

Mercado é consumo

Consumo é lucro

Com-sumo e logo existo

Existo e logo me percebo dentro e fora do sistema, com ou sem texto.


Texto ou textura?

Introdução ou finalização?

Metade ou completo?

Vamos logo ao reto que é a menor distancia entre meu ponto de vista e seu olho avistado

Centro sempre refém-rente ou afrouxado

De lado, de frente, de costa ou ao acaso.


No primeiro contato declarei intenção ao circular o anuncio na oferta classi-fincado


COMPRO-VENDO-ALUGO-EMPRESTO


EMPRESTO? Sim., aqui se empresta por metro, king side ou de solteiro,

A medida choraminga e se consola com chupetinha

Quem não chora não é mamado é o dito mais visitado


Hoje o túnel da avenida dos prazeres esta fechado, vamos subir as curvas da serra pelada, para atingir outro ponto topográfico de tristeza vadia, e das putas gentil de minhas horas tardias.




Roberto monteiro