16 abril, 2011

Dimensões

Etérea embriaguez,de letargos quebrantos.
sentidos torpes de auroras,adágios,requiems
fremindo nas funéreas paisagens da alma.
Viajor do misticismo interior.
Possuidor de almas que gritam!
almas que gemem,nos indefinidos
mistérios.Fecunda-se ébrias flores
saguinolentas manchadas de versos.

Chagas abertas,lágrimas  navalhas,
Cristo lhe apedreja na cruz onde vícios
diluídos em corvos bicam demências
traições onde reinam moscas e suas coroas
de vermelhos espinhos.
Errante cão leproso,errando de canção há
canção,morrendo em coração há coração.
Com as mãos em chagas ardentes,ergueu-se
torre luminosa da sabedoria,nas insanas vigílias
febril desconhecendo o sono,adormece apenas
a carne!,na solenidade da erma alma de infinita
dimensões,rodopiando na imensidão de angústias
embebecida de delírios.

Vai-se derramar-se límpidas águas diáfanas
  nascendo frutos inefáveis
Na árvore eterna dos poetas!

                          Luiz Carlos

 pintura: Francis goya           O sono da razão produz monstros, 1799

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